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Uma festa


Publicado em 05 de outubro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


O acirramento dos embates ideológicos derivou em ameaça ao espírito cívico que deveria promover a festa da Democracia

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Domingo, cidadãos de todos os municípios brasileiros irão às urnas, armados apenas com o próprio voto. Contra toda a animosidade insuflada pelo radicalismo recente, o momento é mesmo de vestir a camisa da Democracia e depositar o voto na urna.

De fato, há muito em jogo. O acirramento dos embates ideológicos derivou em ameaça ao espírito cívico que deveria promover a festa da Democracia. A atmosfera de conflito já não é privilégio de municípios interioranos, onde sempre imperou um clima de ódio político contido pela presença ostensiva das forças policiais. O atropelamento de um militante do PT, arrastado por automóvel guiado por um candidato à câmara municipal do PL, em Aracaju, é a maior prova.

Sinal dos tempos, nenhuma cidade brasileira está hoje a salvo da intolerância. Mesmo nos grandes centros urbanos, a proximidade do pleito provoca uma animosidade primitiva, muitas vezes estimulada por supostas lideranças populares. Registros de diferenças resolvidas no calor da bala, na ponta da faca, com cadeiradas, às vésperas do pleito, abundam.

Ao eleitor, é reservado o direito de manifestar a sua preferência e filiação partidária sem o constrangimento de eventuais opiniões contrárias. O Tribunal Superior Eleitoral permite que o eleitor use broches, adesivos, camisetas de partidos ou candidatos, mas tudo de maneira individual e silenciosa, para não caracterizar propaganda ou boca de urna – esta, sim, um crime eleitoral.

Um homem, uma mulher, um voto. Neste domingo, a brava gente deve atender a um chamado cívico, a fim de expressar em alto e bom som o que esperam do futuro e resguardar, assim, a própria Democracia. Que assim seja, uma festa!

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