Uma nota lamentável

A nota da PM é tão lamentável quanto reveladora, reduz as políticas de segurança ao prego da força bruta

O governo de Sergipe cometeu um equívoco grosseiro, desses que constrangem pela evidente falta de atenção. Ao anunciar um oportuno concurso para engrossar as fileiras da Polícia Militar, a administração estadual ignorou o salutar imperativo hodierno de respeito à diversidade.

A Justiça de Sergipe decidiu suspender os editais dos concursos da Polícia Militar, para os cargos de soldado combatente e oficial combatente, por falta de vagas para pessoas com deficiência (PcD). Segundo a decisão, o estado tem 10 dias para republicar os documentos e reservar, no mínimo, 5% das vagas ofertadas para as pessoas com deficiência, conforme ação foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

A PM, no entanto, pensa diferente. Em nota, a corporação contesta a decisão, alegando que as funções exigem “plena aptidão, fundamental para o desempenho de atividades como porte de arma, uso da força, técnicas de abordagem, defesa pessoal e atuação em unidades de alta complexidade, como o Comando de Operações Especiais, Caatinga e Policiamento de Choque”.

A nota da PM é tão lamentável quanto reveladora, reduz as políticas de segurança ao prego da força bruta. Um pouco de tutano, entretanto, não faria mal às tropas. Além das funções administrativas, lembradas pela nota da corporação, há uma demanda represada por investimento em inteligência. Mesmo em situação de policiamento ostensivo, a função primeira da PM.