Terça, 30 De Abril De 2024
       
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Uma vitória maiúscula


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Publicado em 02 de novembro de 2018
Por Jornal Do Dia


'Amor que não se mede', óleo de Joseane Santiago

 

Reforma
administrativa
O governador reeleito Belivaldo Chagas montou um grupo formado por técnicos da Seplag, Sefaz e procuradores do Estado para analisar cenários possíveis para uma reforma administrativa, visando gerar economia aos cofres públicos e praticidade para os cidadãos. Ainda não há nada definido, nem uma data para que o projeto seja remetido para a Assembleia Legislativa.
Outro detalhe: por enquanto, Belivaldo só sinaliza com a permanência de um único secretário – Ademário Alves, funcionário de carreira do Banco do Nordeste, que ele foi buscar em Recife quando assumiu o governo em sete de abril.

Veterano e maior vitorioso nas campanhas eleitorais em Sergipe, o marqueteiro e publicitário Carlos Cauê fez uma análise sobre a vitória do governador Belivaldo Chagas, no último domingo. Para ele, "as eleições deste ano foram muito ricas em lições para a política, para o marketing, para a história".  Esta pode ter sido a última campanha em que o publicitário participa como coordenador de marketing. Cauê relatou as estratégias postas em execução na disputa, encerrada em 28 de outubro:

"Foi uma campanha bonita. Muito bonita. E o resultado não deixou dúvidas sobre isso. Já no primeiro turno, a diferença gigantesca de votos entre Belivaldo e o segundo colocado, Valadares Filho, mostrou a superioridade do candidato e, convenhamos, da comunicação e marketing postos em andamento durante a disputa.

O segundo turno foi consagrador. Os mais de 300 mil votos de diferença mostraram o acerto de um posicionamento definido meses atrás – chegou pra resolver – com potencial para seguir evoluindo durante toda a campanha, sobretudo até materializar-se, no segundo turno, num amplo espectro de derivações que permitiram abordar os desafios da candidatura naquele momento, e as inúmeras qualidades do candidato em disputa: chegou pra construir, pra proteger, pra cuidar, dialogar, pra conectar, desenvolver, amparar… Chegou e resolveu.

Muitos não entenderam a força, não do slogan, porque nunca se tratou de um mero slogan de campanha, mas de um posicionamento estratégico para o candidato na disputa; houve mesmo quem dissesse que ele era uma piada. Não era. E a vida mostrou isso.

Precisávamos demonstrar que, mesmo sendo vice-governador, Belivaldo não era responsável pela má avaliação que o governo de Jackson vinha recebendo, que ele tinha jeito próprio de fazer as coisas, de administrar, e desde cedo compreendemos que vivíamos uma eleição atípica, com ingredientes novos na cabeça do eleitor, onde a autenticidade do candidato seria decisiva para despertar a confiança e o voto. E Belivaldo era o melhor exemplo de tudo disso.

Assim que assumiu o governo, mostrou sua face e começou a ganhar as pessoas por suas qualidades pessoais, sua sinceridade, e seu modo prático de resolver as coisas. O que o marketing fez foi revelar isso e, claro, potencializar. Sergipe começava a conhecer um novo líder.

Mas não só de acerto de estratégia vive uma campanha vencedora. O erro do adversário é também peça relevante nessa equação. E o que vimos, sobretudo no segundo turno, foi um carnaval de falhas grosseiras da campanha de Valadares Filho. Aliás, falhas só, não: verdadeiras sandices, num momento da disputa que exige do candidato racionalidade, cabeça fria e capacidade de alçar-se à confiança do eleitor. Não foi o que aconteceu.

Obcecado pela ideia de que só ganharia a eleição se conseguisse desconstruir a imagem de Belivaldo Chagas, talvez ainda sob o amargor da derrota sofrida em 2016, o candidato Valadares Filho foi buscar um profissional de marketing que tem a fama de ser expert em desconstrução de adversários. Fazia tempo que Sergipe não assistia a tamanho festival de horrores.

Desprezando conceitos elementares da comunicação política, a campanha de Valadares Filho, no segundo turno, patrocinou uma lamentável página na história eleitoral de Sergipe, caracterizando-se tão somente pela agressão gratuita, a especulação vaga, a ausência de propostas críveis, o pessimismo mais lúgubre e, fake news, muitas fake news. Na verdade, foi a tentativa desesperada de reeditar a tática da repetição constante de uma mentira para torná-la verdade.

Além disso, sua campanha foi marcada também pelo apego quase infantil ao testemunho de personagens, sem sopesar-lhes o verdadeiro valor, e pelo intento obsessivo de ligar Belivaldo a Jackson e André Moura, esquecendo-se que o primeiro turno da eleição já resolvera a questão com JB, e a memória do povo sergipano não permitiria tal embuste em relação à André.

A utilização ilegal de telemarketing nos três dias que antecederam o pleito, a pretexto de uma suposta pesquisa, foi o tiro de misericórdia. Valadares Filho esqueceu quem são os sergipanos? Esqueceu que somos um estado pequeno, de relações muito próximas e quase familiares? Achou mesmo que aracajuanos e sergipanos, como um todo, iriam engolir tamanho contrabando eleitoral? Que iríamos eleger para governar o estado um homem capaz de cometer tal desonestidade?

A ideia errônea de que vale tudo para ganhar uma eleição tem feito vítimas pelo caminho eleitoral. A ideia, mais errada ainda, de que marketing político é enganação também tem deixado um rastro considerável de candidatos abatidos pelo caminho.

Acordo difícil

A definição das seis emendas impositivas do Estado de Sergipe ao Orçamento Geral da União, no valor total de R$ 169 milhões, acabou se transformando numa dispunha renhida, por uma ação do senador Eduardo Amorim (PSDB), com o apoio do senador Valadares (PSB). Estava praticamente fechado que dos R$ 169 milhões, R$ 69 milhões seriam para uma emenda do governo do Estado para a reforma de escolas educação básica e os R$ 100 milhões restantes divididos em cinco emendas – R$ 20 milhões para saúde do interior (construção de um Centro de Diagnóstico por Imagem), R$ 20 milhões para segurança pública (reestruturação e reaparelhamento das policiais civil e militar, dos bombeiros e guarda municipal), R$ 20 milhões para Codevasf (aquisição de equipamentos para os municípios do baixo São Francisco), R$ 20 milhões para construção do Campus da UFS no sertão e R$ 20 milhões para a saúde de Aracaju.

Na reunião da bancada federal da terça-feira à noite, Amorim criou uma confusão ao sugerir que proposta de emenda de bancada apresentada pelo deputado federal Fábio Reis (MDB), de construção de um Centro de Diagnóstico por Imagem no Campus de Lagarto, fosse impositiva no lugar da emenda impositiva para a Codevasf.

Isso causou a revolta de prefeitos da região do Baixo São Francisco, que seriam prejudicados com o não recebimento de equipamentos para seus municípios. Esse impasse levou a reunião, que poderia acabar às 20h, se estender até às 22h30, sem uma definição. Uma outra reunião foi marcada para o dia seguindo, no gabinete da senadora Maria do Carmo Alves (DEM), para se chegar a um entendimento. Coube ao coordenador da bancada federal, deputado Jony Marcos (PRB), conversar individualmente com Valadares e Eduardo para saber a posição deles, já que para as emendas impositivas serem aprovadas, precisam do apoio de seis dos oito deputados federais de Sergipe e de dois dos três senadores.

Pela nova legislação orçamentária, existe a obrigatoriedade de ter pelo menos uma emenda para Educação, uma para Saúde e uma para Segurança. O governador Belivaldo sugeriu R$ 69 milhões para educação; o reitor da UFS, Angelo Antoniolli, propôs  R$ 20 milhões para o campus da UFS no sertão; e o prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) R$ 20 milhões para saúde em Aracaju. 

Já as outras três tinham que ser apresentadas como indicação dos parlamentares. Assim, a senadora Maria do Carmo (DEM) encampou sugestão dos prefeitos que integram um consórcio para construção de um Centro de Diagnóstico por Imagem; o deputado Fábio Mitidieri (PSD) acatou sugestão dos prefeitos do baixo São Francisco para a Codevasf; e Jony Marcos (PRB) apresentou emenda para a segurança pública.

Apesar de tudo, as emendas acabaram saindo.

Homenagem merecida

Na próxima quarta-feira a Universidade Federal de Sergipe confere título de Doutor Honoris Causa ao educador Paulo Freire (in memoriam). Segundo a Wikipédia, Paulo Freire é o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 34 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América. Recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986. Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Paulo Freire é também o nome de escola mais comum em todos os Estados brasileiros.

Em 2016, a Assembleia Legislativa de Sergipe concedeu o título de Cidadania Sergipana in memoriam a Paulo Freire. O título foi recebido pela historiadora Ana Maria Araújo Freire, viúva do professor que fez uma revolução na concepção da educação no país, pautada numa concepção libertadora.

A homenagem a Freire foi resultado de uma propositura de autoria do saudoso Marcelo Déda, no período em que ele foi deputado estadual, ainda no final dos anos 1980, e retomada pela deputada estadual Ana Lúcia, também autora da Lei 7.382/2012, que institui Paulo Freire como Patrono da Educação Sergipana.

Reformaadministrativa
O governador reeleito Belivaldo Chagas montou um grupo formado por técnicos da Seplag, Sefaz e procuradores do Estado para analisar cenários possíveis para uma reforma administrativa, visando gerar economia aos cofres públicos e praticidade para os cidadãos. Ainda não há nada definido, nem uma data para que o projeto seja remetido para a Assembleia Legislativa.
Outro detalhe: por enquanto, Belivaldo só sinaliza com a permanência de um único secretário – Ademário Alves, funcionário de carreira do Banco do Nordeste, que ele foi buscar em Recife quando assumiu o governo em sete de abril.

 

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