Autoralidade para extirpar uma chaga (Divulgação)
Viagem familiar e audiovisual
Publicado em 05 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Em uma viagem pela sua própria história, o diretor capixaba Edson Ferreira chega a Aracaju para prestigiar a exibição do longa-metragem A Serena Onda que o Mar me Trouxe. O filme faz uma visita ao passado, na figura do pai de Ferreira. A exibição, claro, será realizada pelo Cine Vitória.
Leio e me animo. O evento de um lançamento autoral, cá no fim do mundo, em sala modesta, contraria os números desalentadores do milionário mercado exibidor nacional.
Não falo por falar. Último fim de semana, por exemplo, a bilheteria dos cinemas brasileiros registrou o pior resultado desde junho, quando as salas nacionais receberam menos de 1 milhão de pessoas. Isso, num contexto de faturamento de decrescente.
Lamento, mas não me solidarizo com as perdas sucessivas sofridas pelo Cinemark.Pela quarta semana consecutiva, É Assim que Acaba, um romance com pitadas de afirmação de gênero, conquistou a preferência do público, seguido por Deadpool& Wolverine. A falta de imaginação, a homogeneização das narrativas audiovisuais, deprimem.
As feridas dos exibidores atendem por um nome, as chagas dos realizadores respondem a outros, correspondentes à natureza de cada negócio. Neste caso, elabora-se discurso, fiado na linguagem. Naquele, vende-se pipoca. Os remédios administrados para dar fim a tudo, no entanto, são sempre os mesmos, a exemplo da controversa cota de telas. Qualquer esforço alheio à autoralidade do Cinema realizado hoje, no entanto, não passará de placebo.
Falando nisso, a quem interessar possa:A Serena Onda que o Mar me Trouxe será exibido nos dias 05, às 18h15, e 09 de setembro, às 14h30, na Rua do Turista – onde está localizado o nosso querido Cine Vitória.