Clientes reclamam de prejuízos com a greve dos bancários

Milton Alves Júnior
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Paralisação dos servidores bancários completa hoje 16 dias e os clientes de todos os bancos instalados no Estado de Sergipe permanecem buscando atendimento em lotéricas e pontos do Banese. O problema que já estava crítico com a greve dos funcionários, ao longo dos últimos dias vem piorando devido a ausência de reposição de dinheiro nos cashs e problemas nas próprias máquinas de auto-atendimento instaladas pelos bancos em diversos pontos do estado. Em duas agências instaladas na avenida Francisco Porto, em Aracaju, 40% dos cashs pararam de funcionar na última terça-feira e até o momento permanecem desativados. Vítimas de todo esse desentendimento entre banqueiros e bancários, os clientes pedem uma solução imediata.
Esse é o caso do aposentado Antônio de Alcântara Lopes. No início da tarde de ontem ele foi realizar uns pagamentos utilizando o código de barra, mas devido à falta de experiência com o procedimento teve que pedir ajuda a desconhecidos. Para ele, a falta de assistentes e dicas de passo a passo interferem diretamente na formação de grandes filas. "Isso sem falar do risco que nós temos ao pedir uma ajuda a quem não conhecemos. Sempre que preciso fazer esses pagamentos quem me auxilia é uma funcionária daqui, mas como todos estão em greve, o que me resta é aguardar a boa vontade dos outros", lamentou.
A greve permanece em todos os 75 municípios sergipanos por tempo indeterminado, pois até a tarde de ontem nenhuma negociação tinha sido iniciada. De acordo com dados do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb), mais de 90% da categoria aderiram à paralisação. Ao todo, 148 agências permanecem de portas fechadas, sendo 47 agências do Banco do Brasil; 32 da Caixa Econômica; 14 do Banco do Nordeste; 35 do Banco do Estado de Sergipe (Banese); 12 do Bradesco; do Itaú, 10; do HSBC, duas; Santander, cinco; e do Mercantil, uma.
Para o empresário Stênio Ribeiro, proprietário de duas casas lotéricas, em razão do aumento na demanda os funcionários passaram a ganhar mais para trabalhar uma hora além do expediente normal. "Querendo ou não, essa foi a melhor solução para que eu pudesse ajudar a população, faturar um lucro um pouco melhor durante essa greve, como também para agradar financeiramente aqueles funcionários que toparam trabalhar um pouco a mais e receber um salário melhor", disse.
Este ano, a categoria pleiteia reajuste salarial de 11,93%, piso salarial de quase R$ 3 mil, Participação de Lucros e Resultados (PLR) de quase R$ 6 mil, auxílio alimentação, refeição, 13ª salário, cesta básica e auxílio-creche ou babá de R$ 678. Ainda de acordo com Stênio: "Apesar dos lucros para uns, a maioria dos clientes aprova a iniciativa dos bancários e já torcem para que logo a paralisação seja concluída", pontuou.