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Disputa sem pé nem cabeça

A presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o projeto de lei aprovado no mês passado pelo Congresso e que previa a criação de 188 novos municípios. A canetada, desferida com o objetivo de conter a sangria que fragiliza as contas públicas brasileiras, acabou favorecendo os moradores da Zona de Expansão de Aracaju. Para por fim à disputa sem pé nem cabeça efetivada pela Prefeitura de São Cristóvão, que reclama direitos sobre a região, houve quem sugerisse a emancipação do lugar no Parlamento. A emenda sairia pior do que o soneto.

A população já se organizou para manifestar o que pensa do imbróglio. Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Mosqueiro, Rafael dos Santos Siqueira, o veto presidencial foi muito oportuno. "Entendemos que ao proibir a criação de mais cidades, a decisão acabou favorecendo a importância que deve ser dada a participação das comunidades envolvidas com a mudança dos municípios. No caso da zona de expansão, a medida contribuiu como um alerta às tentativas legislativas de forçar uma emancipação da região".

Um dos argumentos utilizados pelos autores da ação diz respeito à ausência de consulta popular. Um argumento desastrado, como resta provado. Os moradores da área em disputa criaram A Frente Ampla em Defesa da Zona de Expansão para Aracaju e deixaram a própria vontade mais do que evidente. Eles repudiam qualquer alteração no status municipal da região.

A disputa pela posse da Zona de Expansão, mantida entre Aracaju e São Cristóvão, não passa de uma querela mesquinha, que não leva em conta as reais necessidades dos moradores da região. Domínio natural da capital sergipana, que dispõe dos recursos e condições necessárias para tornar o Mosqueiro realmente habitável, como provam as diversas obras tocadas e os serviços prestados pela administração do ex-prefeito Edvaldo Nogueira, o Mosqueiro ficaria muito bem quietinho, sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal de Aracaju.