Três jovens baleados no 18 do Forte: dois mortos

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

A Polícia Civil começa a ouvir hoje os depoimentos de testemunhas de um atentado que quase acabou em chacina, por volta das 20h de quarta-feira, na Travessa 21 de Abril, bairro 18 do Forte (zona norte de Aracaju). Três rapazes que estavam na porta de uma casa foram baleados por desconhecidos que passaram pelo local. Carlos Henrique Santos da Conceição, 17 anos, e Claudisson Elias Santos de Souza, 18, morreram no local do crime. O adolescente que saiu ferido, Rafael Conceição da Silva, 16, foi socorrido em estado grave e permanecia internado na Ala Vermelha do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), até o fechamento desta edição.

A polícia recebeu informações desencontradas sobre a autoria do crime. Algumas testemunhas disseram que os tiros foram disparados por um homem encapuzado que desceu uma ladeira, saindo de um local conhecido como Alto da Bela Vista, e chegou ao local abrindo fogo. Outras, por sua vez, alegam ter visto dois homens encapuzados que atiraram e fugiram em um carro de cor preta. A única pista encontrada no local foi a da arma (ou armas) que foi usada no ataque. Na frente da casa, a perícia criminal recolheu 17 balas de pistola calibre 380, que passarão por exames.

Depois dos tiros, a Polícia Militar foi chamada e junto com ela, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os socorristas constataram logo as mortes de Claudisson e Henrique, que foram atingidos no peito e na cabeça. Rafael, por sua vez, foi atingido no rosto e em um dos braços, mas sobreviveu e foi operado no Huse. Os cadáveres permaneceram na travessa por cerca de duas horas, até serem examinados e recolhidos pelo Instituto Médico Legal (IML).

Muitos curiosos se concentraram diante da cena do crime, mas poucos colaboraram com a polícia. Vários parentes das vítimas também estiveram no local e ficaram chocados com o atentado. "Ele disse que ia ali na mercearia, e quando chegou aqui, o resultado foi esse. Aí, dá uma revolta. Ele fazia só estudar, trabalhar mais eu (sic) pra sustentar minha família, e aconteceu o que aconteceu. Uma covardia", lamentou o eletricista Geovany da Silva, irmão de um dos jovens mortos.

Ainda não há informações concretas sobre a motivação do crime, mas uma das hipóteses aponta para um possível acerto de contas motivado pelo suposto envolvimento das vítimas com o tráfico de drogas. Apesar disso, não foram encontradas armas ou drogas no local do crime. O delegado André Luiz Gouveia, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigará o caso, disse que as primeiras testemunhas do crime começarão a ser ouvidas hoje, a começar pelos parentes dos rapazes.

Vendedor é morto ao sair de casa no Dom Pedro

O vendedor Helber Ferreira dos Passos, 25 anos, foi assassinado por volta das 5h30 de ontem, na rua Carira, Conjunto Dom Pedro I, bairro José Conrado de Araújo (zona oeste). Segundo a família, ele saía de sua casa com uma bicicleta para vender pastéis e sucos em clínicas do bairro Siqueira Campos, mas foi logo abordado por um desconhecido, que acertou-lhe um tiro na cabeça e fugiu. A vítima morreu na hora.
A polícia conseguiu poucas informações no local do crime. Segundo o tenente Fábio Gondra, do 8º Batalhão da Polícia Militar (8º BPM), Helber era ex-presidiário e já respondeu a processo por tráfico de drogas, após ser preso. Ele havia sido liberado há cerca de três meses e, de acordo com a família, começou a vender lanches para tentar recomeçar a vida fora do crime. O DHPP também investiga o caso e tenta confirmar se a morte de Helber teve ou não algum motivo ligado ao tráfico.