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A elite do atraso trocou agosto por janeiro e se deu mal


Publicado em 23 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

 

No Brasil o mês de agosto é conhecido como mês do cachorro louco por causa da crença popular de que é um período em que cadelas entram no cio em intervalos mais curtos.
Porém, com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954, a renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961que mergulhou o país em uma crise de governabilidade que culminou com o golpe militar de 1º de abril de 1964, o mês assumiu o protagonismo de, ver seu dia 13, ao cair numa sexta feira, ser catalogado como dia do Armagedom, e o golpe político, midiático e jurídico contra a presidenta Dilma Rousseff, dado no apagar das luzes do maldito mês em 2016, deve ter determinado o fatídico como finado.
Tomando o atual momento como referência, as leituras e análises indicam que a elite do atraso errou feio em trocar os meses para mascarar os golpes de Estado como únicas saídas políticas para as crises que fabrica.
Mesmo assim, fica o alerta: a elite do atraso do Brasil nunca deu nem dará 2 passos atrás; não faz parte da sua natureza. Ela segue sempre em frente e agora, com a posse de Donald Trump, fará a leitura atravessada de que estarão dadas as condições objetivas de varrer o Brasil do mapa das nações soberanas e voltar com os ultrapassados paradigmas do documento de Santa Fé II, Estado Mínimo com tudo privatizado.
Sua estratégia se apresenta frágil e desnutrida no cenário geoeconômico e político mundial e, parada no tempo faz a leitura udenista da década de 1950 de que o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil.
O novo ícone daquele velho pensamento de direita é o deputado do PL de Minas Gerais Nikolas Ferreira que, do nada virou o deputado federal mais votado do Brasil, impulsionado pela máquina mortífera do Fake News.
A receita que ele segue não deu nem dará resultado em lugar nenhum do mundo e, para não ir muito longe vale a pena uma espiada por cima do muro que separa o Brasil da Argentina, vendo nos dados da agência Reuters a diferença entre numa comparação mostrando que em 2024 na Argentina o aumento da pobreza atingiu o maior índice da série histórica e no Brasil a redução da pobreza obteve o maior índice da série histórica.
Lá, o desemprego atingiu o maior índice da série histórica e cá o índice é o menor da série histórica. A previsão do FMI era de que a economia de lá crescesse 2,8% e a de cá não chegasse a 2% de crescimento. Na realidade, o crescimento da Argentina foi negativo em 3,5% enquanto o do Brasil foi positivo em 3,5%.
No tocante à inflação, a de lá chegou aos 200% enquanto a de cá esbarrou em 4,81%; o que levou o mercado a se declarar muito contente com os resultados na Argentina e muito descontente com os resultados do Brasil.
A resposta das elites veio com o ataque violento contra a economia daqui através da enxurrada de mentiras sobre o PIX. A regra em uso era que os bancos informavam à Receita Federal toda transação feita acima de R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil para pessoa jurídica.
A nova regulamentação da RF foi que as informações passariam a ser de até R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoa jurídica, protegendo as faixas mais pobre e média.
Diante da nova realidade o dono do Facebook, que opera redes sociais no Brasil, Mark Zuckenberg, lá dos EUA, acionou o marqueteiro do PL e este engendrou uma Fake News com seu garoto propaganda Nikolas Ferreira para confundir as cabeças de milhões de pessoas a serem levadas pela mentira.
O vídeo de Nikolas, prontamente desmentido pelas autoridades de governo, gerou grandes prejuízos para os bancos e comércio o que propicia a possibilidade dele ter o mandato casado por crime contra a economia popular.
Foi nesse momento que abortou a segunda tentativa de golpe de janeiro, passados apenas, 2 anos.
A elite do atraso ainda não se deu conta dos deslocamentos na geopolítica no mundo, não percebendo que o capitalismo vive uma crise de acumulação de capital desde o final dos anos 1970, com enorme acúmulo de dinheiro, que não se reproduz e, para ampliar sua rentabilidade recorre à precarização do trabalho.
Ao exagerar na dose, virou refém da extrema direita, que utiliza velhos dogmas negativistas que rebaixam o ser humano como: Misoginia, Eugenismo, Racismo e preconceitos diversos, movidos pela fobia.
O exemplo mais revelador veio do governador de Santa Catarina, Jorginho Melo dizendo que o povo de Pomerode se destacava pela cor da pele, justo o que se julga o mais alemão do Brasil.
É vergonhoso que, mesmo sabendo que na democracia brasileira não cabe mais retrocesso e as prisões aguardam gente de todas as graduações ficam procurando cartas nas mangas, saídas da posse de Donald Trump.

 

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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