Quarta, 04 De Dezembro De 2024
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

A geração de 68 no Curta-SE 13


Publicado em 17 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia


Uma história em curso

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

Nesta terça-feira, 17, o Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE), que foi selecionado pelo programa Petrobras Cultural, dará continuidade às suas atividades. O festival exibirá a 2ª Mostra Competitiva de Longas, a partir das 21h10 com o filme "A Memória Que Me Contam".
Dirigido pela experiente Lúcia Murat, "A Memória Que Me Contam" é uma história sobre o retorno às memórias amargas à época do regime militar no Brasil. O longa passa pelo ponto de vista de seis ex-colegas do movimento esquerdista das décadas de 1960 e 1970, à cerca de uma amiga em comum do grupo, e da conturbada época na qual estavam todos eles unidos em prol de uma causa maior.
O filme narra a história de Irene (interpretada por Irene Ravache), Paolo (Franco Nero), Zezé (Clarisse Abunjamra), Henrique (Hamilton Vaz Pereira), Ricardo (Otávio Augusto) e José Carlos (Zé Carlos Machado): todos ex-militantes que, com o passar dos anos – e com a queda do Regime -, seguiram trajetórias diversas em suas vidas. Mas o destino os une novamente quando Ana (Simone Spoladore), amiga em comum de todos eles, é internada em um hospital.
O aspecto que mais impressiona na trajetória de Ana era sua capacidade de manter-se foco das atenções. Ela foi a mais importante militante entre eles e tida como exemplo de liderança, vivacidade e rebeldia, Ironicamente, Ana também foi a única do grupo que não conseguiu reconstruir sua vida após os anos de Ditadura Militar. É justamente em sua história que o longa vai centrar-se e através dela que os seis companheiros vão procurar entender o passar dos anos.

Utopia diante do poder – Filmado em locações diversas no Rio de Janeiro, Brasília, Paris e nos estúdios de Paulínia, "A Memória Que Me Contam" significa a consagração de um desejo antigo da cineasta Lúcia Murat. "Há muito tempo que venho pensando em fazer um filme que fosse um balanço da geração de 68, da qual faço parte e cuja a experiência no Brasil é bem diferente do imaginário mundialmente conhecido e que vem sendo veiculado há quarenta anos", afirma ela.
A cineasta ainda faz uma importante análise a cerca das transformações envolvendo os antigos revolucionários brasileiros: boa parte deles viveu situações limites quando prisões, torturas e assassinatos eram práticas institucionais, e, atualmente, os sobreviventes ocupam hoje lugar de privilégio, compondo a elite, em um país que ainda possui gravíssimos problemas sociais.
No entanto, para Lúcia, o objetivo do filme é maior do que simplesmente abordar "o crepúsculo de uma civilização", como ela mesmo coloca. "O que quero é falar de uma história que ainda está se fazendo, a história da utopia diante do poder e diante das dúvidas e fragilidades daqueles que seus filhos ainda consideram como ‘heróis’".

Curta-SE 13 – O Curta-SE acontece de 16 a 21 de setembro. Além de mostras competitivas, o festival traz também as mostras informativas, exibidas em espaços alternativos e em cidades do interior sergipano. O Curta-SE promove também seminários, oficinas e cursos gratuitos e abertos ao público.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade