O ÁPICE DA CARREIRA DE RITA: O FILME "GILDA" (1946), DE CHARLES VIDOR
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Rita Hayworth
Publicado em 17 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Nascida em 17 de outubro de 1918, no Brooklin (New York City) e falecida em 14 de maio de 1987, a belíssima Rita Hayworth iniciou a carreira no cinema em 1935, após ter participado como figurante no filme "Por Uns Olhos Negros", de Lloyd Bacon, quando das locações em Água Caliente, cidade mexicana. Os bailarinos da "Família Cansino", da qual Rita também participava, costumavam exibir-se nas cidades fronteiriças da América.
A seguir, aparece em um número musical, no filme "A Nave de Satã", de Harry Lachman, destacando-se em belos e demorados closes. O filme foi fotografado pelo mestre Rudolph Mate, o mesmo que depois, iria realçá-la em "Gilda".
Após duas dezenas de filmes "B", surgiu sua primeira chance em "Paraíso Infernal", de Howard Hawks. Daí pra frente, firmou-se em Hollywood, sendo considerada uma Love Goddess. Mas, sua maior consagração como mito erótico viria em 1946, com o filme "Gilda", do talentoso Charles Vidor. "NUNCA HOUVE UMA MULHER COMO GILDA", diz a publicidade do longa. "NUNCA HOUVE UMA MULHER COMO RITA", proclamam os fãs do mundo inteiro.
"Gilda" é um filme de produção modesta, em preto e branco, e o impacto que ele causa dentro e fora dos Estados Unidos, surpreende até os produtores. Em "Gilda", Rita ocupa o vértice de um triângulo amoroso com um tom erótico irresistível. O ator Glenn Ford explora ao máximo o tipo de galã durão. Numa cena célebre ele acerta uma bofetada no rosto de Rita. E, pela primeira vez no cinema americano, um filme sugere um relacionamento homossexual.
Acima de tudo, "Gilda" tem o brilho, a presença sensual, explosiva e forte de Rita Hayworth. O cinema talvez ainda não tenha produzido uma cena de erotismo tão deslumbrante como aquela em que Rita canta (sem dublagem), "Put the Bal Blame on Mame Boys". Com um vestido de cetim negro (presumivelmente, já que o filme não é colorido), ela dança e vai tirando lentamente as luvas, também presumivelmente negras, que cobrem totalmente os seus braços. É um striptease sutil, apenas sugerido: com um olhar, um movimento, um braço nu, Rita insinua uma carga de erotismo muito maior do que cenas mais explícitas. Uma lou-cu-ra!…
Na vida real, Rita Hayworth, essa deusa do amor, foi uma mulher ardente que viveu um romance após outro, mas acabou sozinha. E profundamente infeliz. O álcool destrói a mulher, a estrela perde o brilho. Aproximadamente 800 pessoas estiveram presentes em Los Angeles, Beverly Hills, na Igreja Católica do Bom Pastor, num templo decorado com flores as mais diversas, onde uma orquestra executava acordes de temas de filmes famosos das décadas de 1940 e 1950. Realizava-se uma missa de corpo presente, pela alma de Rita Hayworth, com a presença das duas filhas de Rita – Yasmin, do casamento com o príncipe Ali Khan, e Rebeca, do enlace com o ator e diretor Orson Welles – e vários amigos.
Terminada a cerimônia, os atores Glenn Ford, Ricardo Montalban, Don Ameche, Cesar Romero e Tony Franciosa, seguraram as alças do caixão, que seria transportado para o cemitério de Santa Cruz, em Culver City, cidade onde registrou-se o falecimento de Margarita Carmem Cansino, que se tornou célebre no mundo como RITA HAYWORTH.
Uma curiosidade: certa vez perguntaram a Rita porque se casara tantas vezes, a que ela respondeu:"A maioria dos homens se apaixona pela Gilda, mas acorda comigo". Definitivamente, esse seu pesadelo acabou naquele 14 de maio de 1987.
Outros filmes famosos de Rita Hayworth, além dos já citados: "Sangue e Areia" (1942), "Bonita Como Nunca" (1948), "A Dama de Xangai" (1948), "Carmem" (1953), "Salomé" (1957), "Meus Dois Carinhos" (1959), "Heróis de Barro" (1964), "O Mundo do Circo" (1967), "O Heróico Lobo do Mar" (1967) e "A Ira Divina", sua última aparição na tela, de 1972.
(Resumo do capítulo 27 do meu livro inédito "101 Ícones do Cinema que Nunca Sairão de Cena")