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Almeida ataca os "vendedores de ilusões"


Publicado em 08 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia


O deputado federal Almeida Lima

O DEPUTADO ALMEIDA LIMA

Chico Freire
chicofreire@jornaldodiase.com.br

Em entrevista ao Jornal do Dia, o deputado federal e candidato a prefeito de Aracaju Almeida Lima (PPS) volta a fazer críticas aos irmãos Amorim e aos governos de Antônio Carlos Valadares, João Alves Filho e Marcelo Déda, tratados como "vendedores de ilusões".

Com relação ao não apoio dos irmãos Amorim, diz que eles estavam à procura de um negócio e encontraram o ex-governador João Alves Filho para isso, voltando ao lixo da história.
Lei a íntegra da entrevista.
 
Jornal do Dia – Por que o senhor não conseguiu o apoio dos irmãos Amorim?
Almeida Lima – Porque eu faço política. Eu não faço negócio. Eles estavam à procura de um negócio, encontraram João e fizeram o negócio com ele. Eu já fui prefeito e não negociei a prefeitura com ninguém. Os meus secretários também não fizeram negócio, tanto que deixamos a prefeitura e não respondemos a nenhum processo em lugar algum. A proposta que eu apresentei foi a da construção de uma nova política, de uma nova ordem para Aracaju e depois para Sergipe. Quando eu os vi deixar o leito de João Alves, onde nasceram politicamente, e depois deixar o governo Marcelo Déda, eu imaginei que eles desejassem evoluir e construir algo novo na política em Sergipe. Ledo engano. Agora vejo que deixaram João Alves quando João nada mais tinha a oferecer e deixaram o governo pela fome de poder. Tá aí o resultado: voltaram para o lixo da história, para o espaço onde podem negociar. E essa conclusão não é apenas minha, é também de um genro de João Alves, o deputado federal Mendonça Prado, e de uma filha do próprio João Alves, Ana Alves, esposa do deputado. Logo, os fatos estão sendo devidamente esclarecidos, apesar de a negociata ter acontecido na calada da noite.

JD – O senhor disse que houve negociatas. O que tentaram negociar com o senhor que o senhor não aceitou?
Almeida – Veja bem, o Amorim fez uma aliança com João Alves para onde levou o apoio de um Senador, dois deputados federais, treze deputados estaduais, onze partidos, duzentos e setenta candidatos a vereador, além de ter triplicado o tempo de televisão de João Alves. Em troca recebeu o quê, você sabe? Não, nem você sabe nem o povo sabe. É preciso que ele responda a essa pergunta. Os Amorim retornaram ao lixo da história em troca de quê? Ora, ora, meu caro jornalista, deixemos de "inocência", pois politicamente eles não receberam nem o espaço da vice para indicar um candidato do grupo. Mas receberam. Receberam o quê? Apenas as gargalhadas de João Alves? Eu tenho um estilo de fazer política e de administrar a coisa pública. Eu não ofereci nenhum espaço para a realização do mal feito. Quando prefeito eu não cedi a pressões de empresários para fatiar a cidade, para destruí-la como se encontra hoje. Não permiti abertura de avenidas estreitas de interesse das construtoras e incorporadoras, prejudicando o trânsito da cidade, não negociei com transporte público nem com lixo. Não promovi facilidades. Não anunciei a parceiros, na calada da noite, investimentos em determinados bairros para beneficiar a especulação imobiliária. Eu não privatizei a prefeitura como se encontra privatizada desde que eu deixei o mandato de prefeito há dezesseis anos.

JD – Depois que o senhor não conseguiu o apoio dos irmãos Amorim que tanto almejava o senhor passou a criticá-los. Como conseguir aliados agindo dessa forma?
Almeida – Aí há um divisor de águas. Existe o antes e o depois. A resposta é a mais lógica e ela está à vista de todos. Antes de firmar o negócio com João Alves existia um Amorim, aquele que havia deixado João Alves e dava sinais de querer evoluir, visão essa que se ampliou quando ele deixou o governo Marcelo Déda por um projeto de governo para Sergipe. Esse projeto combinava com o nosso de construção de uma nova política no estado, a partir de Aracaju. O outro Amorim é o resultante da negociata firmada com João Alves, cujos acertos são impublicáveis. Mas a crítica é somente minha? Eu pergunto: e as críticas do deputado federal Mendonça Prado e de sua esposa Ana Alves, filha do próprio João Alves, se deve a quê? E a decepção do povo quando soube desse acordo incestuoso? Será que o caro jornalista já percebeu que o rompimento inicial de Amorim com João Alves foi causador da derrota deste para o governo do estado e foi desagregador de parte da família do próprio João? Você já percebeu que eles chegaram ao governo Marcelo Déda e a saída também foi desagregadora e que agora retorna ao leito natural e desagrega a outra parte da família de João? E João Alves aceitou tudo isso sem quê nem mais? E esse comportamento desagregador e negocista não é para ser criticado, mesmo depois de já ter feito acordo político comigo? Conseguir aliados é bom, mas não a qualquer preço, e eu não tenho preço, eu tenho é valor. Eu faço é política, eu não faço negócio. É como se diz no popular: antes só do que mal acompanhado.

JD – Não é esse tipo de comportamento que faz com que o senhor não tenha a confiança dos demais partidos o que levou a construir uma chapa puro sangue?
Almeida – Nunca fiz acordo para não cumprir. Ao contrário, muitos deles já fizeram acordos comigo e não cumpriram, a exemplo de João e de Valadares. Ambos não têm palavra. Ambos não cumprem acordo. Eu já fiz muitas alianças, a exemplo da eleição de 1996 quando indiquei Garibalde Mendonça candidato a prefeito, fiz em 1998, fiz em 2000, em 2002, fiz em 2008 e cumpri tudo com todos. Agora vivo a política da construção de uma nova ordem, de uma nova política, de uma política diferente do que está aí. O povo exige. E desde o mês de setembro do ano passado que através de um artigo que escrevi eu afirmei que não iria fazer nenhuma aliança com os partidos que estão no governo do estado e nem com João Alves. Portanto, o isolamento como você fala fui eu mesmo que me impus. É verdade que desejei fazer aliança com o grupo Amorim, mas dentro de um acordo político e de uma nova política, não um negócio político. O povo vive decepcionado com a classe política que vive de maracutaias. Eu não vivo de maracutaias. Por isso não me preocupa uma chapa puro sangue. Ela me engrandece e engrandece ao povo de Aracaju, pois já começamos dizendo que não faremos nenhuma negociata para administrar Aracaju. Chegaremos à prefeitura de Aracaju sem nenhum compromisso nem com partidos nem com políticos. Chegaremos com compromissos apenas com o povo de Aracaju. E isso vai até facilitar no enxugamento da máquina, no número de secretarias, o que será muito bom para a cidade e para o povo.  

JD – O senhor parece que está muito mais preocupado em fazer críticas aos governos de João Alves, de Valadares e Marcelo Déda, do que apresentar um programa de governo. Isso não pode levar ao descrédito do eleitor?
Almeida – Essa não deve ser a preocupação. A preocupação não deve ser a crítica que faço. A questão é a seguinte: a crítica que eu faço é verdadeira ou é mentirosa? Estou fazendo alguma crítica que o povo não esteja fazendo? Mas fazer o que, se eles sempre agiram mal? Se eles são iguais. O povo é para ficar órfão de oposição? O povo não deve ter ninguém que não se venda ao poder para que possa lhe defender? E é errado fazer oposição? Eu faço oposição porque ela é verdadeira e necessária. O João Alves é oposição ou ele é apenas adversário? Você já viu João Alves fazer oposição ao governo Marcelo Déda ou aos governos do PT? Não! Ele é apenas adversário, porque deseja ter o governo que Déda tomou. Nada mais que isso? Você já viu João Alves fazer alguma crítica contra a corrupção dos governos do PT? Não! Sabe por quê? Porque João Alves não é oposição, não faz oposição e não pode fazer oposição. Eles são iguais. Como é que João vai falar da corrupção do governo quando ele responde a processo criminal por conta da corrupção apontada na Operação Navalha? Como é que ele vai criticar o governo se ele responde a outro processo por corrupção no caso das consultorias com a FURBRAS? Quanto a programa de governo quem lhe disse que não tenho? A campanha começa é agora, terei tempo de apresentar.

JD – O senhor na última eleição para prefeito de Aracaju ficou em terceiro lugar. Acredita que nessa eleição possa vir a ser o fiel da balança levando a eleição para o segundo turno?
Almeida – Isso é futuro. O andar da campanha é que vai dizer o que poderá acontecer. Vamos aguardar a campanha.

JD – O senhor tenta passar para a população que foi o melhor administrador que Aracaju teve nos últimos anos. Por que o senhor só vê qualidade em você e defeito nos outros?
Almeida – E você não concorda que eu fui um bom prefeito? Eu nunca fiz esse esforço de tentar passar para a população que fui um bom prefeito, pois até mesmo os adversários enxergaram isso há muito tempo. Vejamos: Roubei? Deixei roubar? Respondi a algum processo? Teve corrupção na minha gestão? Esse é o aspecto moral da minha gestão. Recebi uma prefeitura estrangulada e a entreguei arrumada, sem dívidas e com crédito. Coloquei a polícia para bater em professor, tive greve de servidor, houve greve de fome de professor na minha gestão? Ora, eu deixei foi o professor da prefeitura ganhando mais que o professor do estado. Tive recursos do governo do estado ou do governo federal? Não! Mas nem por isso deixei de pavimentar em pouco mais de dois anos mais de trinta bairros em Aracaju, além de ter mudado a fisionomia da cidade. Na minha gestão, paciente morreu em Posto de Saúde por falta de atendimento? Ora, meu amigo, essa foi a gestão que eu fiz.

JD – Por que o senhor acha que tem o melhor projeto para Aracaju?
Almeida – Quem vai dizer se tenho um bom projeto é o povo, o eleitor. Mas uma coisa você tenha certeza: tudo aquilo que eu apresento no meu projeto eu cumprirei. Essa é a diferença para João, para Valadares e para o governo Déda. Sabe por quê? Explico: diga-me onde está o Polo Cloroquímico que Valadares viabilizou e que João Alves inaugurou e que seria a redenção econômica de Sergipe, e os doze mil empregos diretos criados nesse polo? Você tem notícia onde ele está? Bem que você poderia fazer uma reportagem e mostrar aqui no jornal as fotos do polo e entrevistar as pessoas empregadas nele. Onde está a refinaria de petróleo que João Alves viabilizou para Sergipe e que ele também apresentou em seu programa de governo? Onde está o resort que João Alves construiu no litoral norte de Sergipe, aquele do grupo português Espírito Santo? Você já foi lá se hospedar? Gostou? Onde fica mesmo? E o resort do grupo CVC lá no final do Mosqueiro? Você já andou no Metrô de superfície construído por Valadares ligando Aracaju a Socorro? Como você vê, eu faço política com seriedade. Eu não sou "Vendedor de Ilusão", não sou "Engarrafador de Nuvem", eu não sou enganador. Você gostou da nova Arena do Batistão que Marcelo Déda inaugurou em 2010 para que Aracaju fosse subsede da próxima Copa do Mundo? Por isso que eu defendo que o debate deve ser o mais amplo possível para que o eleitor possa ser esclarecido.

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