Terça, 08 De Outubro De 2024
       
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Alto custo das plataformas pode inviabilizar o Sergipe Águas Profundas


Publicado em 28 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Gilvan Manoel
gilvanmanoel@jornaldodiase.com.br
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A presidente da Petrobras, Magda Chambriand admitiu que os altos custos dos navios-plataforma atrasaram o avanço do SEAP, mas garantiu que a Petrobras está reestruturando o projeto para tentar torná-lo viável

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Na semana passada, ao responder a um apelo do ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, sobre a importância da implantação do projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) para o desenvolvimento econômico do estado de Sergipe, a presidente da Petrobras, Magda Chambriand explicou que os altos custos dos navios-plataforma atrasaram o avanço do SEAP, mas garantiu que a Petrobras está reestruturando o projeto para tentar torná-lo viável.
É mais uma ducha de água fria em relação ao projeto que sofreu alguns adiamentos e pode até ser congelado pela Petrobras, mesmo diante do apelo do ministro, que vê o SEAP como um passo fundamental para a recuperação econômica do estado. O projeto tem potencial para produzir 240 mil barris de petróleo por dia e 18 milhões de metros cúbicos de gás natural,
Magda Chambrand assumiu a presidência da Petrobras no último dia 17 de junho, mesmo mês em que o site da companhia divulgou uma ampla reportagem destacando a importância do SEAP. Segundo o texto, o projeto de Sergipe Águas Profundas “será um dos mais relevantes do nosso portfólio”.
Em meados de fevereiro a Petrobras adiou por mais quatro meses do prazo de recebimento de propostas para afretamento de unidades de produção (FPSOs) para o projeto de Sergipe Águas Profundas (SEAP). Foi o terceiro adiamento da licitação, lançada em abril de 2023 e que previa a entrega das propostas em outubro daquele ano.
Previsto inicialmente para 2027, o projeto SEAP foi adiado para 2028 na última revisão do plano estratégico da companhia, mas órgãos especializados em óleo e gás que falam em 2031. Já o gasoduto ficou para 2029, com previsão de adiamento.
Em agosto de 2023, durante o lançamento Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, chegou a ser anunciado um investimento de R$ 109 bilhões para viabilizar o projeto Sergipe Águas Profundas. Estariam incluídos nesse montante os navios plataformas (FPSO) voltados à produção de gás natural na bacia sergipana.
Um navio-plataforma terá capacidade de produzir 120 mil barris por dia (bpd) de óleo e 10 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural; O outro terá capacidade de 120 mil bpd de óleo e 12 milhões de m³/d de gás; O gasoduto terá 134 km e capacidade de 18 milhões de m³/d de gás natural.
Os investimentos (CAPEX) previstos inicialmente para o período 2024-2028 totalizam US$ 102 bilhões, sendo US$ 91 bilhões correspondentes a projetos em implantação (carteira em implantação) e US$ 11 bilhões compostos por projetos em avaliação (carteira em avaliação), sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução. Quando concluídos os estudos e comprovada sua viabilidade econômica, esses projetos podem migrar para a Carteira em Implantação. O estudo de financiabilidade para projetos em avaliação é um item adicional à governança estabelecida de aprovação de projetos, que está mantida para ambas as carteiras.
A previsão dos investimentos a partir de 2029 dá um alento na economia estadual, já que a estatal havia vendido para a Carmo Energy (Grupo Cobra) as concessões de campos terrestres localizados em Sergipe. São 3 mil poços de petróleo em produção, 17 estações de tratamento de óleo, uma estação de gás em Carmópolis, aproximadamente 350 km de gasodutos e oleodutos, o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo), o oleoduto Bonsucesso-Atalaia, uma unidade de processamento de gás natural e uma estação de processamento de óleo.
Antes da venda do Pólo de Carmópolis, a Petrobras já havia desativado a FPSO Piranema. FPSO significa Floating Production Storage and Offloading (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência). Instalada na Bacia Sergipe-Alagoas, litoral sul, na altura de Estância, a plataforma foi inaugurada em 2007 e tinha capacidade de produção de até 30 mil barris por dia de óleo e estocagem de 300 mil barris.
Em primeiro de abril de 2020, a Petrobras paralisou a produção nas plataformas de exploração de petróleo e gás natural em águas rasas no estado de Sergipe, desativou a sua sede em Aracaju e fechou o Tecarmo, terminal de processamento montado há mais de 40 anos na Atalaia que recebia todo o petróleo e gás extraído das plataformas, e era responsável pela distribuição de gás de cozinha para municípios de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
A fria resposta da presidente da Petrobras ao ministro Márcio Macêdo serve como um novo alerta: o Sergipe Águas Profundas pode vir a ser permanentemente adiado pela companhia, sem qualquer reação das autoridades políticas do estado.

Pintura sobre tela do artista Cláudio Vieira

.BRT de volta à campanha eleitoral

Sistema amplamente defendido pelo ex-governador João Alves Filha na campanha eleitoral de 2012 quando foi eleito prefeito de Aracaju, a implantação do sistema de transportes Bus Rapid Transit (BRT) voltou à pauta desta campanha eleitoral, através de proposta da candidata Emília Correia (PL). Como se sabe, João concluiu seu mandato sem tratar sequer do assunto.
Emília exagera quando diz que o projeto começou a ser implantado por João, o que não é verdade. “O projeto para Aracaju foi iniciado durante a gestão do ex-prefeito João Alves, mas foi abandonado por Edvaldo Nogueira. Vamos retomar os estudos para a implantação do BRT em Aracaju, entendendo que essa mudança estrutural é essencial para o futuro da cidade”, frisou a candidata bolsonarista, que enquanto vereadora não questionou os desmandos da gestão de João, inclusive quando começou a atrasar o pagamento do pessoal.
Para a candidata, “o BRT é um sistema de transporte coletivo moderno, rápido, eficiente e pontual. Sua principal vantagem é a capacidade de oferecer um serviço de qualidade superior ao atual, sem onerar a tarifa, proporcionando à população mais conforto e segurança. É um modelo que já foi adotado com sucesso em diversas cidades ao redor do mundo e do Brasil, como Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e, mais recentemente, Goiânia, mostrando que é possível transformar a mobilidade urbana”.

Nova pesquisa

Pesquisa induzida de intenção de voto para a Prefeitura de Aracaju, contratada e divulgada na noite desta quinta-feira pela TV Atalaia, mostra Emília Corrêa (PL) com 27,4% das intenções de voto; Yandra (União) 24,4%; Luiz Roberto (PDT) 15,9%; Candisse (PT) 13,7%; Danielle Garcia (MDB) 10,3%; Niully (Psol) 3,9%; Fábio Vilanova (PCO) 0,8%; e Zé Paulo (Novo) 0,5%. Não sabem em quem votar 1,9% e Branco/Nulo 1,3%.
Foi realizada pelo Atlasintel entre os dias 18 e 24 de setembro. Nível de confiança é de 95% e margem de erro de 3% para mais ou para menos. Está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número SE-01358/2024. No próximo dia 30 a TV Atalaia divulgará nova pesquisa do instituto para a Prefeitura de Aracaju.

 

.Carminha impugnada

Na sexta-feira (27), o TRE-SE decidiu, por unanimidade, manter o indeferimento do registro de candidatura de Carminha Paiva (Republicanos) a prefeita de Nossa Senhora do Socorro.
Os membros do TRE acompanharam o voto do relator, o juiz Hélio de Figueiredo Mesquita, que relatou evidências, como declarações de Carminha nas redes sociais, vídeos e documentos, para justificar a existência de união estável da candidata com o prefeito Padre Inaldo (PP).
Segundo o relator, a candidata alegou que manteve apenas um namoro com o prefeito entre 2018 e 2022, sem configurar união estável. No entanto, concluiu que as provas dos autos, como fotografias, declarações públicas e registros de compartilhamento de responsabilidades financeiras, demonstram a existência de uma relação familiar contínua e duradoura, caracterizando uma união estável.
O magistrado destacou, entre outras provas, registros públicos em que Carminha se apresenta como esposa do prefeito, além de uma postagem em redes sociais celebrando o aniversário de Inaldo com declarações de afeto típicas de uma relação estável. Também foi mencionado um vídeo em que, durante uma entrevista, o prefeito é referido como “esposo”, sem que houvesse qualquer correção por parte dela.
Na última segunda-feira (23), o pleno do TRE, por 5 x 2, já havia indeferido registro de candidatura de Danilo Segundo (PT) a prefeito da Barra dos Coqueiros, também pela união estável com Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente Lula, o que o tornaria inelegível.
As duas denúncias foram formalizadas pelo Ministério Público Eleitoral.

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Sessão extra

Durante a sessão extraordinária deste sábado, os juízes membros do TRE-SE analisarão mais 12 processos. Todas as demandas são recursos sobre registro de candidaturas, sendo um processo oriundo de Graccho Cardoso, um de Cedro de São João e outros dez processos de Estância.

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Santinhos

Do professor aposentado da UFS, Afonso Nascimento, nas redes sociais: “Em qual ‘santinho’ ou ‘santinha’ você vota? O material de propaganda eleitoral chamado de ‘santinho’ veio de práticas católicas. Trazem uma foto do candidato a mandatos eletivos, enquanto os ‘santinhos’ religiosos trazem ou traziam os santos do dia. A ironia dos brasileiros logo funcionou e ressignificou esse material eleitoral para incluir essa gente política que nada de santo ou sagrado tem. Para ser politicamente correto, deveria haver os santinhos e as santinhas”.

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Leis das Bets

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou para o dia 11/11, às 10 horas, audiência pública para discutir a Lei das Bets (Lei 14.790/2023). Segundo o ministro, o objetivo não é colher interpretações e teses jurídicas, mas esclarecer questões associadas à saúde mental, aos impactos neurológicos das apostas sobre o comportamento humano, aos efeitos econômicos da prática para o comércio e a seus efeitos na economia doméstica, além das consequências sociais desse novo marco regulatório.
A audiência se dá no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7721, apresentada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A CNC aponta uma série de transtornos causados a partir da edição da lei, como o aumento do endividamento das famílias e impactos nas esferas econômica, social e de saúde pública, afetando principalmente as classes sociais mais vulneráveis.

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