Aposentado morre na fila do Ipes
Publicado em 20 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
Por falta de atendimento rápido e eficaz, na manhã de ontem Eugênio dos Santos, um militar aposentado pelo Estado de Sergipe morreu vitima de infarto fulminante nas dependências do Instituto de Previdência do Estado de Sergipe (Ipes). Segundo informações repassadas por demais pacientes que presenciaram os momentos de aflição e desespero por parte dos familiares, uma equipe médica foi acionada para prestar atendimento de urgência, mas quando os profissionais chegaram ao local o idoso já não apresentava os sintomas vitais. Na tentativa de reanimá-lo, os médicos ainda levaram a vitima para um centro de exames, mas sem sucesso. Populares apontam uma possível negligencia administrativa como principal motivo da morte do militar.
Esse é o caso do taxista Denisson da Costa que disse já ter presenciado situações semelhantes em outras oportunidades. Segundo ele, o Ipes conta hoje com uma baixa quantidade de profissionais qualificados que possam atender os pacientes de maneira satisfatória. "Já vi gente passando muito mal aqui e só depois de muito tempo a gente implorando por um atendimento foi que chegaram os médicos com uma maca para atender. Sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Quem sabe agora eles mudam a maneira de trabalhar e melhoram a rapidez desse atendimento que deixa muito a desejar", disse. Presume-se que o primeiro profissional a atender o idoso demorou aproximadamente dez minutos.
Ainda de acordo com queixas dos populares, alguns funcionários, com destaque especial para as enfermeiras, falaram que não podiam atender a ocorrência porque não podiam deixar o setor ‘sem ninguém’. De acordo com Telma Gonçalves, outra aracajuana que presenciou a cena, as enfermeiras se mostraram tranquilas quanto ao alerta feito. "Como acho que atendimentos de emergência são solicitados constantemente aqui, elas acharam que não era tão grave assim, mas não deve se trabalhar desse jeito. Infelizmente uma vida foi perdida por tamanha falta de competência e responsabilidade social. Apesar de não ter sido um ente querido meu, fiquei nervosa e precisei tomar calmante", afirmou.
No momento que o idoso desmaiou, nas proximidades do banheiro, voluntários tentaram reanimar a vitima. "Isso tudo ocorreu enquanto os médicos não chegavam. Como as pessoas eram leigas no atendimento de primeiros socorros, não houve jeito", pontuou Telma.
Segundo informações apresentadas pela Assessoria de Comunicação do IPES, as denúncias de negligencia não procedem com a veracidade dos fatos. "Assim como já foi repassado para outros veículos de comunicação, podemos afirmar ao Jornal do Dia que a culpa não foi nossa, até porque no momento em que a equipe foi solicitada, imediatamente os profissionais correram para tentar salvar a vida do paciente. As informações de não atendimento rápido são falsas. Tudo que pudemos fazer, nós fizemos. O cardiologista Bosco Roris prestou o primeiro atendimento à vítima, mas foi um infarto fulminante, não havia nada em nosso alcance que pudéssemos fazer", disse