Sexta, 14 De Fevereiro De 2025
       
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Aracaju parou em protesto que reuniu milhares de sergipanos


Publicado em 21 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia


OS MANIFESTANTES LEVAVAM CARTAZES, PROTESTANDO CONTRA O AUMENTO DO TRANSPORTE COLETIVO, COPA, FIFA E POR MELHROES CONDIÇÕES DE SAÚDE E EDUCAÇÃO. OS PARTIDOS POLÍTICOS FORAM excluídos

Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Na luta por um país mais ético e democrático, milhares de pessoas ocuparam na tarde de ontem as principais ruas e avenidas da capital sergipana no primeiro ato denominado ‘Acorda, Aracaju’. Com palavras de ordens e centenas de cartazes que ilustravam a insatisfação do povo junto aos administradores públicos, a mobilização teve início na Praça Fausto Cardoso, em frente à sede do Tribunal de Justiça (TJ/SE), e seguiu ocupando as duas vias da avenida Beira Mar. Manifestando apoio ao movimento, dezenas de aracajuanos, das sacadas dos apartamentos, acenavam com bandeiras do Brasil ou com tecidos brancos. Sem a presença de equipes da Polícia Militar, o único transtorno registrado foi no trânsito da cidade.

Presentes no ato público, sindicatos de trabalhadores da área da saúde, justiça, segurança e educação também reivindicavam melhores condições de trabalho, reajuste salarial e valorização da carreira. Satisfeito com a aglomeração, o professor Josué Antelmo Bispo disse que o objetivo é continuar com as manifestações. "Hoje estou sentindo uma das emoções mais fortes da minha vida. Nunca passei e me interessei tanto por participar de um ato como esse. Espero que essa luta não acabe por aqui". Na companhia de amigos de profissão e da família, o docente informou ainda que levou o filho de apenas 9 anos para conhecer de perto como se deve lutar ‘por um país mais justo’.
"Sei que daqui poderemos tirar muitos aprendizados e principalmente mostrar aos políticos que o povo brasileiro está mais unido que nunca. Estou radiante por meu filho poder vivenciar ao meu lado esse momento histórico", pontuou. Na manhã de ontem, após o Governo Federal ter decidido zerar o imposto PIS/Confins para as tarifas de transporte coletivo, a Prefeitura de Aracaju informou que irá reduzir o valor da tarifa de R$ 2,45, para R$ 2,35. Apesar de ter adotado essa medida, os manifestantes rejeitaram o Projeto de Lei e reivindicam pelo congelamento da antiga tarifa, R$ 2,25, que era cobrada desde 2011.

Emocionada, a estudante Lucimara Lacerda disse que os próprios pais incentivaram a jovem a participar do ato. Em decorrência da visível precariedade dos veículos e dos abrigos de ônibus, Lucimara disse honrar a pátria e que vai continuar na rua por um país mais decente no futuro. No argumento, não sobraram críticas ao governador Marcelo Déda e ao prefeito de Aracaju, João Alves Filho. "Estamos cansados de ouvir os políticos garantindo que o estado e a prefeitura estão em desenvolvimento. O que percebemos na realidade é a falta constante de remédios nos postos de saúde, aumento no índice de violência, e claro, essa sucateada toda do transporte coletivo".

Com as caras pintadas em tiras de verde e amarelo, muitos manifestantes se mostravam contrários a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 37 que, caso aprovada pelo Congresso Nacional, inibe a participação de técnicos do Ministério Público em investigações de crimes cibernéticos e desvio de verbas públicas, por exemplo. Em frente à sede do Ministério Público Federal (MPF), os manifestantes cantaram o hino nacional e ergueram bandeiras brancas. Na esperança que melhorias sejam efetuadas devido a onda de mobilizações que ocorrem há uma semana em diversos estados brasileiros, o enfermeiro Luciano Lourenço enalteceu o apoio de crianças e idosos nas manifestações.
"Temos certeza que a presença da inocência das crianças e o fiel apoio dos idosos só contribuem para que a nossa mobilização se enriqueça. O povo brasileiro está cansado de ver tanta injustiça, e por isso estou aqui para exigir que a PEC 37 não seja aprovada", afirmou. Em posse de bandeiras que representam o grupo GLBT, dezenas de homossexuais também marcaram presença na caminhada e hostilizaram o deputado Marco Feliciano (PSC/SP), presidente da Comissão dos Direitos Humanos, autor de um projeto polêmico, popularmente conhecido como a ‘Cura Gay’.

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