A audiência sobre a praia de Caueira despertou a atenção de proprietários de imóveis
Audiência busca permanência de casas construídas na praia da Caueira
Publicado em 31 de maio de 2019
Por Jornal Do Dia
Audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, no plenário do Poder Legislativo, discutiu a situação das casas de veraneio que estão localizadas na Praia Caueira, município de Itaporanga D’ Ajuda. Audiência foi motivada pelo fato de o Ministério Público Federal (MPF), por meio de uma Ação Civil Pública (ACP), compreender que além de a praia estar inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP), local protege um berçário de espécies de tartarugas marinhas em risco de extinção.
Diante desse entendimento que as edificações (loteamentos e comércios) impactam diretamente o meio ambiente, o juízo da 7ª Vara Federal de Sergipe, determinou a vedação de novas construções e paralisação das que estão em curso na Praia da Caueira. Nesse contexto de proteção ambiental, a justiça federal decidiu ainda a imediata remoção dos obstáculos encontrados em áreas comuns (cercas, tapumes, muros etc) que inviabilizem ou dificultem o acesso dos cidadãos à praia.
Moradores dos municípios de Itaporanga D’ajuda, e de Estância, representantes de órgão públicos estaduais e federais envolvidos com a área ambiental, parlamentares estaduais e do município de Itaporanga, corretores de imóveis e consultores ambientais participaram da audiência pública. A audiência buscou levantar uma melhor solução sobre a referida questão judicial, a fim de harmonizar os interesses da maioria dos moradores junto ao Mistério Público Federal e a Justiça Federal.
O procurador do Estado (PGE), Agripino Alexandre dos Santos Filho, informou que o processo judicial se encontra na fase de solução, que será acordada pelas partes. "Há o prazo de 60 dias para apresentar uma proposta conjunta. Estamos trabalhando no processo para atender a maior parte dos pleitos apresentadas pelo MP, e é na audiência de conciliação que se dá a possibilidade dos acordos. O processo é complexo, envolve problemas ecológicos, econômicos, sociais e político, envolve todos esses campos, mas que ao final a busca é pelo desenvolvimento sustentável. A questão não é disciplinar, não se resolverá isoladamente. Por isso é importante que esse poder, o Poder Legislativo, elabore e a aprove a Lei Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado de Sergipe", explicou.
De acordo com o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imoveis, Sérgio Sobral, o problema do litoral é mais complexo do que o que se imagina. "Na época que o governador de Sergipe era Antônio Carlos Valadares, já se avisava que se não fizesse espigões em locais do litoral, a água iriam avançar. Pois com a diminuição da vazão, o oceano iria entrar praia à dentro".
De acordo com Gilvan Dias, presidente da Adema, audiência versa por dois importantes pilares: meio ambiente e moradia. "A adema é participante desse processo e até ré. Tem o dever de apresentar seu parecer frnte a essa dissonância jurídica. Minha fala é dizer que a Adema não tem lados nesse cenário. Iremos dar o nosso parecer técnico-jurídico e assim, buscar atender a necessidade dessa demanda, alcançando uma solução logica, jurídica e perfeita", externou o presidente do órgão ambiental.
Para o autor da propositura, o deputado estadual Luciano Pimentel , que acompanha de perto a questão desde a publicação da decisão judicial proibindo novas construções e determinando a paralisação de obras na região, o propósito da audiência foi satisfeito. "Discutimos aqui todas as questões apresentadas, juntamente com moradores e órgãos envolvidos, vamos torcer que na conciliação possamos garantir a manutenção das propriedades, aliado o respeito às normas ambientais ao crescimento socioeconômico da praia da Caueira", externou o deputado.