Aumento do número de crianças vítimas de abuso sexual preocupa
Publicado em 19 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da diretoria de Vigilância em Saúde, registrou de janeiro a abril deste ano, 86 casos de violência sexual praticada contra vítimas com faixa etaria de 0 a 19 anos. Destas, 79 são do sexo feminino e 07 do sexo masculino, os municípios que aparecem nas investigações com índices mais elevados de casos no ano vigente são: Aracaju (35 casos), Nossa Senhora do Socorro (9 casos), São Cristóvão (5 casos) e Poço Redondo (5 casos).
“As investigações que realizamos diariamente sobre esse tipo de agressão, mostram um número preocupante de casos em tão curto espaço de tempo, basta olhar os dados do quantitativo de meninos e meninas que deram entrada nos últimos anos na rede de saúde estadual precisando de assistência devido às violações. Em 2019 foram 254 casos, no ano seguinte houve uma pequena redução para 219 ocorrências e, em 2021, o número de vítimas voltou a crescer atingindo a marca de 266 ocorrências. O que vemos é a repetição anual de uma prática de violências que fere a saúde e a dignidade de crianças e adolescentes, isso precisa ser enfrentado”, explana Karla Anacleto, Referência Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes.
Em Sergipe, todas as unidades de saúde recebem casos de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, porém, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) é a referência para este tipo de ocorrência. A unidade atendeu 73 vítimas menores de idade nos primeiros quatro meses do ano. Segundo Ingrid Lima da Silva, Assistente Social Técnica de Referência do serviço às pessoas em situação de violência sexual na MNSL, a maioria das vítimas são do sexo feminino com idade entre 10 e 14 anos.
De acordo com a profissional, as principais patologias que as vítimas apresentam no momento do atendimento são físicas, tais como: contusões, escoriações, inflamações, sangramentos, lesões e infecções genitais. Há ainda as que chegam com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Além disso, há patologias psicológicas ou psiquiátricas. “Essas patologias aparecem nas crianças e adolescentes, principalmente, na mudança de comportamento. Por isso, é preciso que os pais ou responsáveis estejam atentos a sinais como alteração do sono, quando uma criança que não fazia xixi na cama volta a fazer, distúrbio afetivo como apatia, perda de interesse em atividades comuns a ela, ter crises de ansiedade, depressão”, ressalta Ingrid.