Bandidos matam mulher de 67 anos em Frei Paulo

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

A aposentada Vanilde Pereira da Conceição, 67 anos foi assassinada às 11h de sábado no povoado Alagadiço, em Frei Paulo (Agreste) por dois bandidos armados que invadiram sua casa e roubaram todo o dinheiro que lá havia. O choque causado pela covardia do crime e a mobilização imediata da Polícia Militar resultaram na prisão dos dois assaltantes e de outros três suspeitos que colaboraram diretamente com o crime. Todos foram capturados entre a tarde de sábado e a manhã de domingo, em uma ação que envolveu destacamentos de várias cidades ligadas ao 3º Batalhão da PM (3º BPM).

Os autores do latrocínio (roubo seguido de morte), segundo a PM, são Fábio dos Santos Almeida, 19, e José Maicon Santos de Lima, 20, o "Seu Zé", apontado como o responsável pelo tiro disparado no rosto da vítima. Fábio, que é baiano de Coronel João Sá e casado com uma tia de Maicon, foi o primeiro a ser preso, em um sítio do povoado Milagres, em Ribeirópolis. ‘Seu Zé’, por sua vez, foi detido no dia seguinte, após ser encontrado no sítio de uma área de montanhas do próprio povoado Alagadiço, a pouco mais de um quilômetro da casa da vítima. Com ambos, foram apreendidas duas motocicletas usadas no assalto. Eles foram autuados em flagrante, confessaram o crime e já eram investigados por outros furtos e assaltos ocorridos na região.

De acordo com o comandante do 3º BPM, major Reinaldo Chaves, os outros suspeitos são parentes de Maicon e se incumbiram de livrar-se das armas usadas pelos acusados, as quais foram furtadas de uma fazenda próxima ao local do crime. Francisco Vieira dos Santos, 24, é acusado de esconder a um revólver calibre 38 usado no assalto. José Santos de Paes, 26, foi quem recebeu a arma de Francisco. E José Carlos dos Santos, 28, guardava em sua casa uma espingarda calibre 20, a pedido de José Maicon. Os três foram autuados em um termo circunstanciado e vão responder ao processo em liberdade, mas continuarão sob investigação.

Ontem, Fábio e Maicon foram apresentados à imprensa e confirmaram detalhes de como cometeram o assalto. Nele, os dois roubaram R$ 23 que estavam com Vanilde e uma bolsa com R$ 1.300 pertencentes ao marido dela. A PM não tem dúvidas de que o crime foi previamente planejado. "Maicon já era conhecido da vítima, que frequentemente dava alimentos pra ele, e Fábio era morador do povoado. Em dias de sábado, a vítima sempre tinha algum dinheiro no comércio. O Maicon, conhecedor dessa rotina da vítima, colocou uma camisa na cabeça, chamou o Fábio e foi com ele de moto até o povoado. Pararam a cerca de 200 ou 300 metros da residência da vítima, ingeriram bebida alcóolica, e, de forma sorrateira, com tudo já planejado, invadiram a residência da vítima pelo quintal", informou Chaves.

Ainda conforme o major, Vanilde e seu marido foram surpreendidos pela invasão e, imediatamente, reconheceu Maicon como um dos bandidos. Testemunhas informaram que ela chegou a gritar assim que percebeu a presença da dupla. "Evidentemente que a vítima se assustou e, como forma de ocultar o crime, mas sem nenhuma justificativa, o Maicon desferiu um tiro no rosto da vítima", completa o oficial. Aos jornalistas, o acusado não negou ter matado a aposentada, mas disse o tiro foi ‘um acidente’. "Atirei nela, mas foi sem querer, acidentalmente. Foi um negócio para me soltar dela, mas aí [a arma] disparou, sem eu ‘coisar’ (sic)", disse ‘Seu Zé’.

Depois do tiro, os dois fugiram levando a bolsa com o dinheiro, deixando para trás o esposo da vítima em estado de choque. Avisadas, as equipes da PM logo conseguiram a identificação dos invasores e chegaram a parentes de Maicon. A esposa do acusado foi localizada e convencida a colaborar com os PMs. "A partir daí, conseguimos fazer uma ligação telefônica em viva-voz, rastrear e localizar onde estava o Maicon. Ele no telefone tinha solicitado um mototáxi para empreender fuga, fomos até lá com carros caracterizados e o prendemos", contou o major, citando que 14 equipes do 3º BPM e do Comando de Policiamento Militar do Interior (CPMI) participaram do cerco.

Em seguida, foram descobertos os outros três envolvidos, com os quais estavam as armas roubadas. "Eles tentaram, através da mãe do Maicon, sumir com a arma de fogo. Já a espingarda foi escondida em uma região montanhosa. Como eles têm ligação com o objeto do crime, eles foram trazidos para a Delegacia", afirma o major Chaves, ao afirmar que o dinheiro roubado da idosa ficou com um sexto homem, que já foi identificado e ainda era procurado pela polícia até o fechamento desta edição.