Câmara debate regime de cotas na UFS

A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) realizou ontem, 16, Sessão Especial para fazer avaliação da adoção do sistema de cotas na Universidade Federal de Sergipe (UFS). A propositura foi de autoria do vereador Dr. Emerson (PT) e contou com a participação de representantes da instituição de ensino.  

De acordo com Jonatas Menezes, pró-reitor de graduação da UFS, a instituição foi uma das primeiras unidades a implantar o sistema em todo o Brasil, em 2010. "Essa foi uma medida de coragem e que reservou 50% das suas vagas para as pessoas que se declaravam negros, pardos ou índios", frisou. Jonatas ressaltou, ainda, que a medida chegou a gerar muitas discussões e grandes embates jurídicos. "No entanto, a universidade nunca perdeu uma única ação", disse.

O pró-reitor de graduação lembrou que antes da Lei de Cotas, o acesso à instituição era feito através do sistema convencional que reservava 50% das vagas para egressos da escola pública e o restante para os concorrentes universais e deficientes físicos. "Por exemplo, no curso de Medicina são 100 vagas. Dessas, 50 eram para a escola pública, uma para deficientes e 49 para o concorrente universal", afirmou.

Para Dr. Emerson, discutir o tema é de crucial importância porque que, na visão do parlamentar, o Brasil está longe de propiciar educação pública de qualidade. "Sou defensor da inclusão social e da possibilidade de acessão social através da escola. Na rede pública, passou a valer a regra em que os professores fingem que ensinam e os alunos fazem de conta que aprendem. Os estudantes de escolas públicas concluem o ensino médio sem condições de competir com os alunos de colégios particulares e, por isso, acabam desistindo de entrar na universidade ou ingressam em faculdades particulares", ressaltou.

O vereador Max Prejuízo (PSB) ressaltou a importância de debater o tema. Para o parlamentar, o sistema de cotas é uma forma encontrada de descentralizar o conhecimento. "As classes menos favorecidas têm essa oportunidade e o regime de cotas veio dar essa oportunidade porque muitas vezes, o sonho de estudar em uma instituição superior, fica distante e com esse regime, essa distância pode ser encurtada", afirmou.
"Saio mais otimista e com mais vontade de apoiar as cotas. Esse sistema é uma forma da possibilidade do aluno conquistar o sonho de adquirir mais conhecimento, através da universidade", ressaltou o vereador Pastor Roberto Morais (PR). Já o vereador Adriano Taxista acredita que o aprendizado é uma ferramenta indispensável na construção do indivíduo. "É importante discutir isso porque temos a oportunidade de cada dia aprender e procurar melhorias no ensino para todos", completou.