Barco vira no rio e pescadores estão desaparecidos

Milton Alves Júnior
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Permanecem desaparecidos os corpos dos dois tripulantes de um barco que naufragou nas águas do rio Sergipe na manhã de ontem entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros. O sinistro, que foi registrado pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) por volta das 9h, poderia causar danos maiores caso três, dos cinco tripulantes, não tivessem habilidade para nadar contra a maré alta até a costa aracajuana. Conforme avaliação prévia do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e da Marinha do Brasil, as péssimas condições climáticas registradas na manhã de ontem atreladas a uma possível falta de atenção dos pescadores podem ter contribuído para que o barco pesqueiro emborcasse para o fundo do rio.

No momento do acidente era registrada forte chuva na Grande Aracaju e os ventos chegaram a alcançar velocidade de até 27 km/h, considerada alta para este período e de grande risco para embarcações pesqueiras de pequeno e médio porte. Conforme registrado oficialmente por duas equipes de resgate do CBM, o naufrágio ocorreu próximo à ponte do bairro Porto Dantas, na zona Oeste de Aracaju. Devido ao forte esforço físico produzido na luta pela vida, dois pescadores chegaram a desmaiar ao debruçar-se em um banco de areia e necessitaram de atendimento hospitalar. Durante a tarde de ontem as equipes da Marinha e Corpo de Bombeiros continuaram as buscas por sobreviventes, mas não os encontraram.
Em pânico, Rocicleide dos Santos, esposa de uma dos pescadores desaparecidos, disse que era comum todas as terças-feiras o marido ir para o alto mar em busca de camarão. Na madrugada de ontem, observando o clima impróprio para pesca, ela garante que chegou a implorar para que o companheiro não fosse com o grupo, mas de resposta recebeu um: "eu sei nadar", disse.

Consciente que pode receber uma notícia pior nas próximas horas, Rocicleide pediu para que as buscas continuem intensas até encontrá-los com ou sem vida. "Eu disse a ele para não ir. Parecia que estava adivinhando, mas não adiantou nada. Estou rezando para que eles estejam se segurando em alguma árvore esperando o resgate. Estava tudo forte… chuva e vento. Agora só Deus para interceder nessa causa", declarou.
Seis militares da equipe do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros estão trabalhando nas buscas das vítimas. O CBM recebe o apoio logístico e profissional de mais quatro especialistas da Marinha. Seguindo os desejos de dona Rocicleide, o major Santana garantiu no final da manhã de ontem que as buscas continuarão em vários pontos do litoral.

Segundo ele, é precipitado apontar nesse momento as possíveis causas do naufrágio. "Temos que realizar um trabalho de estudo técnico para depois começar a apontar os possíveis fatores que por ventura contribuíram para esta fatalidade. Recebemos a informação deste caso através do Ciosp e imediatamente nos deslocamos até aqui para iniciar o trabalho de resgate", afirmou.
Pela Assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros foi dito que era inviável divulgar o nome das vítimas neste primeiro momento. A perspectiva é que ainda hoje a corporação apresente novidades quanto a mais este naufrágio registrado na capital sergipana.