Blocos alternativos confirmam realização do Ajufolia em janeiro

Milton Alves Júnior
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Com o fim do Pré-Caju, prévia carnavalesca da capital, os blocos alternativos que foram fundados por empresários e grupos folclóricos ao longo dos últimos 20 anos vão desfilar na avenida Ivo do Prado no dia 25 de janeiro. A decisão adotada por coordenadores desses cortejos carnavalescos tem como objetivo fortalecer o investimento cultural a artistas sergipanos e nacionais que até o momento não necessitavam de nenhuma interferência administrativa por parte da Associação Sergipana de Blocos e Trios (ASBT). Atendendo a pedidos dos foliões, empresários, a exemplo de Antônio Leite, idealizador do Caranguejo Elétrico, decidiram fundar o Ajufolia. Um evento sem participação financeira de órgãos públicos e que pode minimizar o prejuízo de centenas de ambulantes que já se preparavam para o Pré-Caju.

Diante das dificuldades surgidas nos últimos meses de setembro e outubro, a estrutura a ser montada será claramente mais modesta se comparado aos anos áureos do Pré-Caju. Sem contar com a instalação de camarotes, arquibancadas e palcos alternativos, o Ajufolia, até à tarde de ontem seria composto pelos blocos Caranguejo Elétrico, Papelão, Arraiá Elétrico, Prevenção, e o irreverente e tradicional bloco Cajuranas. Para muitos aracajuanos, amantes do axé baiano e frevo pernambucano, essa atitude ímpar tentar minimizar o impacto do fim do Pré-Caju, anunciado esse mês pelo empresário Fabiano Oliveira e representantes da Augustu’s e Com Amor Produções.

Confiante que será um evento ‘familiar’ e ‘agradável’ na medida do possível, Antônio Leite garante que a festa vai agradar a todos. "Venho dizendo em várias entrevistas que concedo que essa festa tem tudo para ser um sucesso e, com isso, garantir a alegria e a animação de muitos foliões que sempre participaram do Pré-Caju, assim como manter viva a tradição da prévia carnavalesca. Felizmente já conquistamos, em parte, o apoio operacional da Prefeitura de Aracaju e do Governo do Estado. As demais necessidades dá pra a gente organizar", disse.
Ao se referir ao patrocínio a ser doado pelos órgãos públicos, Leite citou a ação de agentes da Polícia Militar, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros. No pacote de apoio ainda inclui a ação de profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Defesa Civil, Emurb, Emsurb e Procon.
Para o folião Augusto César Nunes, de 25 anos, o ano não seria completo se não houvesse o desfile das Cajuranas. Associado desde 2007, ele garante que foi um dos sergipanos a pedir que o bloco desfilasse, mesmo que sozinho, em algum ponto da capital. "Queria que fosse na Orla, mas mesmo sendo realizado ali na Rua da Frente’ tenho certeza que vai ser legal. Sei que não terá aquela energia toda do Pré-Caju, mas acredito muito que o Ajufolia pode superar as expectativas e em 2016 voltar ainda mais forte e com o apoio do povo", afirmou.

Segundo a comissão que organiza o evento, ficou definido que ele começa a partir das 14 horas e vai até às 22 horas, a fim de obedecer à Lei do Silêncio e não causar maiores transtornos para os aracajuanos. A festa compreenderá um trajeto que tem início nas proximidades da Assembleia Legislativa de Sergipe (avenida Ivo do Prado), no centro da capital, e se estende até o conhecido Posto Aracaju, já na Treze de Julho. A perspectiva é que mais de 80 mil pessoas possam prestigiar esta primeira edição.
Quem também se mostrou satisfeita com a notícia foi a designer gráfica Thaíse Nogueira. "Eu sou uma das que estarei lá. Na realidade sempre gostei mais dessas bandas do que aquelas novidades. Se salvava Ivete, Chiclete e Asa, como Asa e Chiclete acabaram, não me fará muita falta. Estou satisfeita em saber que em 2015 vou pular no Caranguejo", comemorou. Para a próxima semana estão previstas reuniões com o comandante geral da PM, coronel Maurício Yunes, e com o governador Jackson Barreto de Lima.