A tropa de choque utilizou cachorros para controlar a rebelião
FOI PRECISO A AÇÃO DE 30 HOMENS DA TROPA DE CHOQUE DA PM PARA CONTROLAR A NOVA REBELIÃO NO CENAM
Publicado em 17 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia
A tropa de choque utilizou cachorros para controlar a rebelião
FOI PRECISO A AÇÃO DE 30 HOMENS DA TROPA DE CHOQUE DA PM PARA CONTROLAR A NOVA REBELIÃO NO CENAM
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
O Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) viveu ontem à tarde mais um incidente envolvendo internos que tentam fugir da unidade, no bairro Capucho (zona oeste de Aracaju). Por volta das 13h30, cerca de 18 internos das alas 3 e 4 do próprio Cenam, destinado aos adolescentes já sentenciados pela Justiça, iniciaram uma tentativa de fuga que resultou em um quebra-quebra e teve de ser controlada por aproximadamente 30 soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq). O tumulto começou quando os internos começaram a fazer barulho e aproveitaram para quebrar uma parede da ala, além de estourar os cadeados e balançar uma das grades até derrubá-la.
Segundo informações da polícia e de agentes socioeducativos, os internos fizeram um buraco entre as alas rebeladas, tentaram avançar por um corredor e entraram em confronto com oito agentes que estavam de plantão no local e se protegeram do ataque com escudos e cassetetes. A PM foi chamada e chegou rápido ao Cenam, com equipes do 8º Batalhão (8º BPM), da Companhia de Radiopatrulha (CPRp) e do Grupamento Tático Aéreo). Alguns minutos depois, a tropa do Choque chegou e foi autorizada a entrar na unidade, onde permaneceu por mais de uma hora e meia, fazendo a revista das celas e a contagem dos internos.
Durante a passagem dos policiais, uma bomba de efeito moral explodiu no meio do pátio, fazendo um forte estrondo que se ouviu do lado de fora do Cenam. Segundo o tenente Alysson Rocha, oficial de operações do BPChq, o artefato foi usado para evitar um confronto entre a tropa e os internos rebelados, que tentavam avançar contra os soldados e acabaram recuando. "Foi usada uma única granada de luz e som para evitar um contato físico, porque se houver uma proximidade entre a tropa de choque e os internos, pode haver confronto e alguém sair machucado. Após o efeito psicológico da explosão, eles ficam em alerta e nós verbalizamos para que eles sigam até o fundo da ala e saiam de um a um", esclareceu o tenente.
Durante a rebelião, não houve feridos e nem houve fugas. A situação foi controlada por volta das 15h30, quando os policiais militares deixaram o Cenam. De acordo com o major Vivaldy Cabral, do 8º BPM, a tentativa de fuga de ontem não teve um líder, mas se tratou de uma "ação coletiva", causada pela superlotação das alas do centro.
Em nota, a Fundação Renaescer, responsável pela administração da unidade, disse que "considera o fato como um princípio de rebelião, já que envolveu apenas duas alas e não se estendeu para o restante da unidade". E ressaltou "que há pelo menos 5 meses não ocorria fato semelhante na unidade". No entanto, a unidade mais problemática é a Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), que abriga os adolescentes internados provisoriamente e, entre os dias 16 de junho e 5 de julho, registrou quatro rebeliões, nas quais os internos tentaram fugir arrancando grades, quebrando paredes e queimando colchões. Todas as rebeliões também só foram controladas pela tropa de choque da PM.