Terça, 13 De Maio De 2025
       
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Casos de violência e feminicídio crescem e preocupam em SE


Publicado em 08 de março de 2020
Por Jornal Do Dia


DIA INTERNACIONAL DA MULHER TERÁ MUITAS COMEMORAÇÕES

 

Gabriel Damásio
No Dia Internacional 
da Mulher, come
morado neste domingo, a principal preocupação continua sendo a violência de gênero, que acaba culminando com os feminicídios. Em Sergipe, a polícia já registrou, neste ano de 2020, pelo menos quatro casos computados oficialmente como assassinato motivado pela condição feminina ou por comportamentos machistas. O mais recente deles aconteceu em Brejo Grande (Baixo São Francisco), no dia 18 de fevereiro, quando a jovem Daillany Silva Dantas, 28 anos, foi esfaqueada pelo ex-companheiro. O acusado se apresentou nesta sexta-feira e, ao ser interrogado, invocou o direito ao silêncio. Os outros casos aconteceram nas cidades de Pirambu, Feira Nova e Nossa Senhora do Socorro, onde a cabeleireira Sabrina Silva Lima Gonçalves, 36, morreu baleada no último dia 6 de janeiro, em frente a uma academia de ginástica. 
Nos três casos, as mortes foram causadas pelos próprios maridos e ex-maridos, que já foram presos. A estatística de feminicídios do ano não subiu por pouco, pois outras duas mulheres sobreviveram a tentativas de homicídio provocada pelos ex-companheiros. Um dos casos foi o de uma moradora de rua que foi agredida e jogada contra as pedras de um molhe no Rio Sergipe, em Frente ao Espaço Cultural Zé Peixe, centro de Aracaju. O outro foi no Conjunto Jardim, em Nossa Senhora do Socorro. Um terceiro caso foi um sequestro cometido no dia 20 de fevereiro em Tobias Barreto, quando uma mulher e o filho recém-nascido dela foram capturados e mantidos como reféns durante quatro dias em um matagal na cidade de Itapicuru (BA). 
Já em anos anteriores, houve um crescimento dos crimes relacionados a mortes de mulheres, sendo em sua maioria feminicídios cometidos pelos próprios companheiros ou ex-companheiros de relação, como maridos, namorados e noivos. Entre 2018 e 2019, no entanto, estas mortes tiveram um crescimento. Dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), e publicados em reportagens recentes da imprensa nacional, mostram que os crimes de feminicídio em Sergipe tiveram uma alta de 31%, indo de 16 ocorrências registradas em 2018 para 21 em 2019. E o total de mulheres assassinadas, incluindo por outros motivos além do feminicídio, aumentou em 27%, indo de 37 no ano retrasado para 47 no ano passado. 
Os ataques à integridade das mulheres não se resumem apenas aos feminicídios, mas também abrangem as agressões físicas, morais e psicológicas praticadas reiteradamente pelos companheiros ou ex-companheiros. Os crimes contra a mulher lideram as estatísticas do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). No ano passado, a especializada registrou 2.687 ameaças; 1.554 lesões corporais; 1.445 injúrias; 546 vias de fato; 288 danos; 179 difamações; e 115 descumprimentos de medida protetiva.
 
A alta, segundo especialistas, teve com o um de seus fatores a abertura do plantão 24 horas da sede do DAGV, no Centro de Aracaju, ao final do ano retrasado. Essa estratégia, definida pela Polícia Civil para reforçar o combate à violência doméstica, soma-se a outras iniciativas de apoio às vítimas desses crimes, como a Patrulha Maria da Penha, feita pela Polícia Militar e algumas guardas municipais para garantir o cumprimento das medidas protetivas de urgência concedidas pela Justiça a mulheres sob ameaça dos agressores. E na última semana, uma portaria foi baixada para padronizar e priorizar o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero em todas as delegacias da Polícia Civil. 
"Precisamos passar às mulheres a informação de que existe uma rede de apoio presente e estruturada para acolher, orientar e proteger as mulheres que são agredidas e violentadas. O nosso foco é encorajar mulher a romper o ciclo da violência. Essas iniciativas vêm cumprindo sua função. O problema já existia antes, mas a informação está circulando mais, as pessoas estão mais conscientes e as mulheres vem buscando mais ajuda, tomando mais coragem para romper esse ciclo de sofrimento. Não é mais aceitável que uma mulher sofra calada, em silêncio", avalia a sargento Svletana Barbosa, presidente da Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe (Asimusep/SE).
Ela também ressalta a importância de uma mudança de cultura na educação de homens e de meninos, para que eles abandonem culturas e comportamentos machistas e discriminatórios contra a mulher. "A violência doméstica atinge à família como um todo, criando traumas e prejudicando as relações. E isso passa pela cultura machista que precisa ser desconstruída. Precisamos reavaliar a forma como estamos criando esses homens, para que eles respeitem as mulheres, as decisões dela, o corpo delas. E que eles entendam que todos tem o direito a fazer o que quiser", afirma Svletana.

Gabriel Damásio

No Dia Internacional  da Mulher, come morado neste domingo, a principal preocupação continua sendo a violência de gênero, que acaba culminando com os feminicídios. Em Sergipe, a polícia já registrou, neste ano de 2020, pelo menos quatro casos computados oficialmente como assassinato motivado pela condição feminina ou por comportamentos machistas. O mais recente deles aconteceu em Brejo Grande (Baixo São Francisco), no dia 18 de fevereiro, quando a jovem Daillany Silva Dantas, 28 anos, foi esfaqueada pelo ex-companheiro. O acusado se apresentou nesta sexta-feira e, ao ser interrogado, invocou o direito ao silêncio. Os outros casos aconteceram nas cidades de Pirambu, Feira Nova e Nossa Senhora do Socorro, onde a cabeleireira Sabrina Silva Lima Gonçalves, 36, morreu baleada no último dia 6 de janeiro, em frente a uma academia de ginástica. 
Nos três casos, as mortes foram causadas pelos próprios maridos e ex-maridos, que já foram presos. A estatística de feminicídios do ano não subiu por pouco, pois outras duas mulheres sobreviveram a tentativas de homicídio provocada pelos ex-companheiros. Um dos casos foi o de uma moradora de rua que foi agredida e jogada contra as pedras de um molhe no Rio Sergipe, em Frente ao Espaço Cultural Zé Peixe, centro de Aracaju. O outro foi no Conjunto Jardim, em Nossa Senhora do Socorro. Um terceiro caso foi um sequestro cometido no dia 20 de fevereiro em Tobias Barreto, quando uma mulher e o filho recém-nascido dela foram capturados e mantidos como reféns durante quatro dias em um matagal na cidade de Itapicuru (BA). 
Já em anos anteriores, houve um crescimento dos crimes relacionados a mortes de mulheres, sendo em sua maioria feminicídios cometidos pelos próprios companheiros ou ex-companheiros de relação, como maridos, namorados e noivos. Entre 2018 e 2019, no entanto, estas mortes tiveram um crescimento. Dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), e publicados em reportagens recentes da imprensa nacional, mostram que os crimes de feminicídio em Sergipe tiveram uma alta de 31%, indo de 16 ocorrências registradas em 2018 para 21 em 2019. E o total de mulheres assassinadas, incluindo por outros motivos além do feminicídio, aumentou em 27%, indo de 37 no ano retrasado para 47 no ano passado. 
Os ataques à integridade das mulheres não se resumem apenas aos feminicídios, mas também abrangem as agressões físicas, morais e psicológicas praticadas reiteradamente pelos companheiros ou ex-companheiros. Os crimes contra a mulher lideram as estatísticas do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). No ano passado, a especializada registrou 2.687 ameaças; 1.554 lesões corporais; 1.445 injúrias; 546 vias de fato; 288 danos; 179 difamações; e 115 descumprimentos de medida protetiva. A alta, segundo especialistas, teve com o um de seus fatores a abertura do plantão 24 horas da sede do DAGV, no Centro de Aracaju, ao final do ano retrasado. Essa estratégia, definida pela Polícia Civil para reforçar o combate à violência doméstica, soma-se a outras iniciativas de apoio às vítimas desses crimes, como a Patrulha Maria da Penha, feita pela Polícia Militar e algumas guardas municipais para garantir o cumprimento das medidas protetivas de urgência concedidas pela Justiça a mulheres sob ameaça dos agressores. E na última semana, uma portaria foi baixada para padronizar e priorizar o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero em todas as delegacias da Polícia Civil. 
"Precisamos passar às mulheres a informação de que existe uma rede de apoio presente e estruturada para acolher, orientar e proteger as mulheres que são agredidas e violentadas. O nosso foco é encorajar mulher a romper o ciclo da violência. Essas iniciativas vêm cumprindo sua função. O problema já existia antes, mas a informação está circulando mais, as pessoas estão mais conscientes e as mulheres vem buscando mais ajuda, tomando mais coragem para romper esse ciclo de sofrimento. Não é mais aceitável que uma mulher sofra calada, em silêncio", avalia a sargento Svletana Barbosa, presidente da Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe (Asimusep/SE).
Ela também ressalta a importância de uma mudança de cultura na educação de homens e de meninos, para que eles abandonem culturas e comportamentos machistas e discriminatórios contra a mulher. "A violência doméstica atinge à família como um todo, criando traumas e prejudicando as relações. E isso passa pela cultura machista que precisa ser desconstruída. Precisamos reavaliar a forma como estamos criando esses homens, para que eles respeitem as mulheres, as decisões dela, o corpo delas. E que eles entendam que todos tem o direito a fazer o que quiser", afirma Svletana.

 

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