Quinta, 12 De Junho De 2025
       
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Cenam tem novo tumulto


Publicado em 20 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


Familiares de internos do Cenam aguardam para visitas

O PROTESTO DE ONTEM NA UNIDADE DO CENAM FOI MOTIVADO PELO ANÚNCIO DA SUSPENSÃO DAS VISITAS, QUE ACABARAM LIBERADAS APÓS NEGOCIAÇÕES

O segundo dia de greve dos agentes socioeducativos da Fundação Renascer foi marcado por mais tumultos na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), onde os internos voltaram a se rebelar no início da manhã de ontem. O motivo foi a suspensão das visitas

O segundo dia de greve dos agentes socioeducativos da Fundação Renascer foi marcado por mais tumultos na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), onde os internos voltaram a se rebelar no início da manhã de ontem. O tumulto começou quando os agentes de plantão anunciaram que as visitas dos parentes seriam suspensas por conta da paralisação. Os internos começaram a bater forte nas grades e soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq) entraram na Usip. A situação ficou mais tensa com a presença dos familiares dos adolescentes, que protestaram do lado de fora e ameaçaram forçar a entrada na unidade assim que os policiais entraram.

A situação só foi contornada por volta das 9h30, quando a direção da Usip liberou as visitas, encaminhando os internos e os parentes para a quadra de esportes do local. Os policiais militares permaneceram dentro da unidade para garantir a segurança, junto com os educadores mantidos em serviço. Anteontem, houve uma outra intervenção da PM, depois que os adolescentes das alas 1, 3 e 4 da Usip iniciaram um quebra-quebra e tentaram fugir, mas foram impedidos pelos agentes de plantão. Na ocasião, as paredes de duas alas foram quebradas, motivando a transferência de alguns garotos.

A situação das alas afetadas pelo quebra-quebra, bem como a diminuição dos agentes causada pela greve, levou a direção da Renascer a suspender a visita, por entender que não havia condições de segurança e estrutura para atender à demanda dos parentes. Tal decisão foi comunicada por volta das 8h, quando costumam ser distribuídas as senhas que organizam a entrada dos familiares. Os papéis chegaram a ser distribuídos, mas foram recolhidos de volta. O gesto revoltou as pessoas que aguardavam no lado de fora da Usip. "Nós temos culpa de isso (os problemas dos agentes) acontecer, mas só queremos ver nossos filhos, porque só podemos vê-los uma vez por semana. A gente deixa de ir trabalhar pra ver o filho da gente e chega aqui… cadê ele?", disse a dona-de-casa Maria da Conceição, mãe de um interno, que chegou ao local às 7h40.

Ela também afirmou que os adolescentes e pais ficaram revoltados por conta de supostos maus-tratos de agentes e de policiais. "Eles sabem que não tem agente lá dentro e (os diretores) mandaram chamar a Choque. A gente não pode bater neles (os internos) porque somos mãe e pai, mas a Choque pode bater, botar até cachorro lá dentro? Pra quê os cachorros?", acusou Maria, pedindo para ver os filhos e temendo que eles estivessem feridos.  As reclamações partiram de outros parentes de adolescentes, sobretudo dos que moram no interior do estado e alegaram ter saído de suas cidades durante a madrugada, enfrentando uma longa viagem.

Após a pressão dos familiares, diretores da Fundação Renascer voltaram atrás na decisão inicial e liberaram as visitas. Na oportunidade, eles pediram "a compreensão e o apoio dos familiares e adolescentes", explicando que, no próximo mês, está prevista a realização das audiências concentradas e que qualquer ato praticado pelos internos pode prejudicar a progressão de medida ou até a sua liberação. "Pensamos em transferir a visita para outro dia, mas preferimos mantê-la para evitar transtornos aos familiares", disse o diretor da Usip, Aristóteles Max Neto, lembrando que a visita é um direito garantido por lei aos adolescentes. (Gabriel Damásio)

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