EM PLENA CICLOVIA, CICLISTA É IMPRENSADO POR VEÍCULOS
Ciclovias não são prioridade
Publicado em 19 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia
A Ciclo Urbano acredita que o posicionamento da bicicleta no futuro será consequência da opção do modelo de desenvolvimento que a sociedade sergipana adotar.
Luciano Aranha cita que existem três prováveis cenários que podem ser desenhados no futuro. O primeiro, chamado padrão americano, em que o mercado dita as regras onde existe uma preponderância do transporte individual (automóvel) sobre o coletivo, com investimentos maiores no sistema viário do que transportes de massa definindo como síntese urbana, cidades mais espalhadas consequentemente com os custos dos transportes mais caros.
"Nesse cenário, a bicicleta terá no lazer seu mais forte apelo principalmente nas camadas mais alta de renda, para os menos afortunados ela terá seu forte apelo no transporte", analisa.
Um outro cenário citado por Luciano Aranha é o que envolve principalmente os países em desenvolvimento que apresentam uma larga utilização da motocicleta e o transporte público é desregulamentado e atendido por operadores autônomos. "Em muitos casos são ligados a atividades ilícitas, nesse cenário de cada um por si, a bicicleta será utilizada de uma forma semelhante ao cenário americano, os mais ricos como lazer, esporte e os mais pobres como transporte, só que com risco maior até em função da situação de caos que é a visão de um cenário como este", afirma.
Por fim, o presidente da Ciclo Urbano cita um terceiro cenário, o europeu, em que prevalece a
preocupação social também em relação aos transportes com uma redistribuição de renda mais justa em que todas as políticas públicas são voltadas para o homem, à qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental, apresentando como síntese urbana cidades mais densadas com custos de transportes menores. "É sem dúvida esse cenário que apresenta as maiores condições para o uso da bicicleta, pois essa visão de cidade é includente e sustentável até porque é num cenário desses que o conceito de sistema de transporte ou seja a articulação em estações de transferências dos diversos modos de transportes, cada qual atuando em sua faixa de eficiência, se realiza em sua plenitude e com certeza é num cenário desse tipo que a bicicleta como instrumento de mobilidade e acessibilidade será mais eficiente, eficaz e agregadora", avalia. Luciano Aranha
Ele ressalta que o incremento do uso da bicicleta na visão da Ciclo Urbano tem como objetivo buscar uma mobilidade que garanta a acessibilidade em nossa cidade para todos seus habitantes de forma a promover uma apropriação democrática dos espaços da circulação urbana priorizando os sistemas de transportes coletivos, as pessoas com restrição de mobilidade, a pé e de bicicleta em relação ao automóvel no sentido de promover a inclusão social.