Conheça artistas contemplados por Natura Musical em 2022
Publicado em 03 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Dezenove artistas e 14 coletivos serão patrocinados pela plataforma Natura Musical em 2022. Entre as iniciativas fomentadas, há um panorama plural da cena contemporânea, composto por uma grande diversidade de gêneros musicais e linguagens artísticas.
O samba e o pagode, em vertentes que vão da música autoral indígena ao pagodão baiano; o rap e a cultura hip-hop são representados por artistas da nova geração e a música de tambor é celebrada por nomes consagrados. Jovens promissores mostram a inovação da MPB produzida na região Amazônica e também nos centros urbanos em documentários musicais e álbuns visuais.
Em 2022, a musicalidade de povos originários, naturalmente engajados em pautas como a sustentabilidade e na linha de frente da emergência climática, são os grandes destaques do Edital. Kaê Guajajara, artista indígena não-binária, realiza turnê do disco Kwarahy Tazyr e grava um documentário que registra os bastidores das viagens; o grupo musical Marujos Pataxó, formado por artistas da Terra Indígena Barra Velha, na Bahia, lança um registro com canções de samba autoral; e no álbum virtual KUPARÁ, o artista mineiro Djalma Ramalho mescla cantos tradicionais do povo Aranã à ritmos eletrônicos.
A Mostra Pankararu de Música, iniciativa referencial de fomento à produção artística indígena, organizada pelo povo Pankararu, realiza capacitação profissional, shows e imersão artística na Aldeia Bem Querer de Cima, em Pernambuco; o projeto Goj Tej e Goj Ror, do povo Kaingang, no Rio Grande do Sul, narra o encontro das águas e terras do território indígena de mesmo nome no álbum As Águas São Nossas Irmãs; o Festival de Música Kariwa Bacana, que acontece em Manaus, promove encontros entre a produção musical indígena contemporânea e o trabalho de artistas nascidos em centros urbanos.
Ainda na região Norte, a música autoral amazônida é a tônica do trabalho da cantora e compositora Elisa Maia; a fotógrafa, cantora e compositora Marcela Bonfim canta sua busca pela musicalidade, memórias e legado dos povos afro-brasileiros de Rondônia no disco Amazônia Negra; por meio de residências artísticas, o LABVERDE propõe intercâmbios e colaborações entre artistas e profissionais da Região Amazônica, apoiando discussões que refletem o contexto ambiental, social e político do território.
Dois nomes consagrados foram reverenciados pela curadoria e lançarão novos projetos: Sérgio Pererê, que ao longo de sua trajetória construiu um elo entre a música tradicional africana e ritmos como jazz e soul, prepara novo disco de estúdio; Os Tincoãs, grupo seminal no compêndio de matrizes musicais afro-brasileiras, promove o lançamento do álbum inédito Os Tincoãs – Canto Coral Afrobrasileiro, gravado em 1982 no Rio de Janeiro.
Entre nomes que estão projetando e consolidando suas carreiras, a multiartista Jup do Bairro lança o longa-metragem musical JUÍZO FINAL; Maíra Baldaia, multi-instrumentista mineira, lança Obí (do Yorubá, significa mulher ou fêmea), álbum com participação de Marissol Mwaba, Marina Sena e Djonga; com o EP de estreia Eu Sou Flor, o cantor e compositor Flor de Mururé narra sua vivência enquanto homem umbandista transgênero amazônida; Ventura Profana, artista-travesti, negra e nordestina, questiona os paradigmas baseados nos termos da cultura euroamericana e colonial em Procure Vir Antes do Inverno; a rapper soteropolitana Cronista do Morro trabalha no produção de seu primeiro disco, que terá rimas inspiradas na sua vivência enquanto uma uma mulher preta, periférica e lésbica.