Terça, 18 De Março De 2025
       
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Fora de hora


Publicado em 03 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Bel Marques comanda cortejo da indiferença e do negacionismo..

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

O cantor Bell Marques, o empresário Téo Santana, pairam sobre o comum das gentes, um privilégio derivado do próprio ofício. Após uma vida inteira em cima do trio elétrico, os dois certamente já viram de tudo. Como as viúvas do Pré Caju bem o sabem, a alegria bruta do populacho não consulta o calendário, assim como nunca se ocupou de fazer rimas com o juízo.
O Bloquinho do Bell, evento promovido pela Augustu’s Produções, promete reunir um público imenso na orla de Atalaia, em circuito indoor, este fim de semana. Ao propor o carnaval fora de hora – em mais de um sentido -, artista e empresário imitam o flautista de Hamelin. Em troca de tantas moedas, o personagem da fábula seduz as crianças da cidade e as encerra no escuro de uma caverna distante, expostas a fome e frio.
Infelizmente, a vida não é um conto de faz de conta, uma brincadeira sem maiores consequências, um amor de carnaval. Em menos de cinco meses, a média móvel diária de mortes por Covid-19 voltou a crescer e já passa de 600 óbitos por dia, em todo o território nacional. Última terça-feira, 1984 novos casos da doença foram registrados em Sergipe.
A insanidade autorizada pelo governador Belivaldo Chagas evoca a melodia absurda de uma flauta mágica. Não se trata aqui de pagar os olhos da cara para vestir um abadá e beijar na boca como se não houvesse amanhã. Mas de um cortejo festivo entre quatro paredes, orientado pela indiferença com o outro e o mais franco negacionismo.

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