EM ARACAJU, DOIS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS JÁ FECHARAM ESTE ANO
Crise atinge também venda de combustíveis e postos fecham
Publicado em 28 de agosto de 2021
Por Jornal Do Dia
Em Aracaju, em menos de um ano duas unidades revendedoras de combustíveis precisaram fechar as portas. Um levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o estado do Rio de Janeiro contabiliza 20 postos de combustíveis fechados; São Paulo, 22; e, Pernambuco, 12. Esses são exemplos. A Agência possui registros similares em todas as 26 unidades federativas do Brasil, mais o Distrito Federal. Para entender o momento de crise vivenciado pelo setor, o JD conversou com Maurício Cotrim, que responde pela Secretaria Executiva do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Sergipe (Sindpese).
Apresentando um perfil didático e transparente, o gestor sindical garantiu que atualmente os governos – em especial o Federal por ser o detentor das ações da Petrobras -, é o único beneficiado por receber ainda nas refinarias os repasses tributários. Questionado sobre a taxa de lucro final contabilizado pelo setor empresarial, Cotrim revelou que dos R$ 5,90 repassado para o consumidor [referente ao preço médio do litro da gasolina em Sergipe], apenas 8% são direcionados para as empresas. O secretário executivo reconhece que os valores taxados são altos para o cidadão consumidor, compartilha com as queixas populares, bem como avalia os 8% como sendo um lucro satisfatório caso fosse integralmente real.
"A situação hoje é de desespero e preocupação unificada entre os proprietários de postos de combustíveis. O que muitos não sabem e é preciso transparecer, é que desses 8% que chega por litro para a empresa, dele é preciso tirar a parcela destinada ao pagamento dos trabalhadores e seus indiscutíveis direitos trabalhistas, quitar demandas financeiro como o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), licenças com o Corpo de Bombeiros, e até com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Infelizmente hoje estamos à mercê da política de paridade do governo Federal", disse. Sobre a expressão: ‘à mercê’, Maurício Coutrin disse se referir com exclusividade aos donos de postos e a população consumidora em geral dos produtos.
A análise que apura os preços repassados aos contribuintes sergipanos é realizada pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por intermédio direto dos cupons fiscais emitidos a cada nova venda. Com base nessas apurações – realizadas mensalmente -, os peritos fiscais da Fazenda reconhecem a inexistência de cartéis formados por empresários, e pontuam com a garantia de livre mercado e comércio em todos os 75 municípios sergipanos.