DAS 80 FAMÍLIAS DESPEJADAS, NOVE ESTÃO ALOJADAS EM UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS
Nove famílias guardaram seus pertences num galpão cedido pela prefeitura de Socorro, mas a Guarda Municipal dá plantão para evitar que se INSTALEM na área
Publicado em 17 de julho de 2013
Por Jornal Do Dia
DAS 80 FAMÍLIAS DESPEJADAS, NOVE ESTÃO ALOJADAS EM UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS
Nove famílias guardaram seus pertences num galpão cedido pela prefeitura de Socorro, mas a Guarda Municipal dá plantão para evitar que se INSTALEM na área
Milton Alves Júnioir
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
As famílias que ocupavam casas populares no Loteamento Itacanema, município de Nossa Senhora do Socorro, continuam sendo despejadas pela prefeitura após o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJ/SE), ter concedido liminar favorável à administração municipal. Nenhum outro local foi disponibilizado temporariamente até que as famílias encontrassem uma residência legalizada e muitos ainda persistem em desrespeitar a determinação judicial.
Em construção desde o ano de 2007, as obras foram paralisadas no ano de 2011, e desde então aproximadamente 500 pessoas estavam residindo e realizando reformas sem a devida autorização da prefeitura.
Durante a reintegração de posse, os oficiais de justiça e funcionários do município orientaram os moradores a depositarem todos os respectivos pertences em um galpão que foi designado para armazenar os móveis em caráter temporário. Em decorrência da forte chuva registrada durante todo o sábado, 13, muitas pessoas acabaram entrando no espaço para guardar os objetos e decidiram permanecer. Passado o tempo nublado, agora a prefeitura ameaça expulsar as famílias do galpão. De acordo com Geovane, um dos líderes da comunidade, muitos ocupantes não possuem destino e a prefeitura até a manhã de ontem não havia repassado nenhum tipo de auxílio moradia.
"Como existe esse benefício que é repassado por diversas prefeituras, inclusive da Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Aracaju, a gente achava que aqui em Socorro o prefeito Fábio Henrique iria fazer o mesmo e repassar esse auxílio para as famílias. Infelizmente isso ainda não aconteceu", disse. Conforme informações apresentadas pelo secretario de Planejamento de Socorro, Gleidson Oliveira, no local existem 264 casas e cem delas estavam sendo habitadas por invasores. Apesar das críticas proferidas pelos moradores, a Secretaria de Comunicação de Socorro informou que a prefeitura já iniciou um processo de cadastramento de todas as famílias. O objetivo dessa catalogação é conceder casas populares assim que novos condomínios residenciais sejam construídos pelos governos.
Sem espaço apropriado para se acomodar, outras nove famílias estão acampadas em um posto de combustíveis que fica nas proximidades do galpão. Sem serviço de saneamento básico, proteção contra as ações da natureza e segurança, as pessoas dizem só deixar o local por uma nova ordem judicial ou quando a administração municipal ceder um espaço mais aconchegante. "O que nos deixa chateados é que essas pessoas estão enfrentando situações desumanas e ninguém faz nada para melhorar a qualidade de vida de todos. Até hoje esperamos uma ação consistente, mas nada vem sendo realizado", afirmou Dalva.
Em construção desde o ano de 2007, no então governo de José do Prado Franco Sobrinho, as obras foram suspensas em decorrência de um problema entre a prefeitura e as construtoras responsáveis pelo serviço. Pela prefeitura foi informado que um serviço de reparo nas residências será adotado, mas que ainda não existe previsão de quando os imóveis serão entregues aos proprietários.