Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

Edvaldo acelera negociações e garantir indicação para o governo


Publicado em 05 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Foto: Arquivo/Ana Lícia Menezes

Gilvan Manoel

O prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) não abdicou do direito de ser o escolhido pelo bloco governista para disputar o governo do estado. São os últimos dias de negociações para a definição do nome, que hoje caminha mais para o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD).
Mitidieri tem maior capacidade de articulação política, enquanto Edvaldo se firmou como executivo de ponta no quarto mandato como prefeito de Aracaju. A sua administração é aprovada pelos aracajuanos, e admirada pelos sergipanos de outros municípios que circulam permanentemente pela capital.
Aracaju é uma cidade que exerce influência sobre todos os municípios do estado, nas áreas política, econômica e administrativa. Isso reflete na preferência do eleitorado de quase os municípios, inclusive em locais onde sequer visitou.
Não é de hoje que o êxito no comando da PMA tem reflexos no interior. Isso vem desde 1982 quando João Alves Filho, depois de uma marcante gestão como prefeito biônico de Aracaju foi alçado à condição de candidato a governador, num momento em que o então governador Augusto Franco preferia o ex-senador Antonio Carlos Valadares, que teve que aceitar ser o candidato a vice de João; em 2006, depois de ter sido reeleito prefeito com mais de 70% dos votos em 2004, Marcelo Déda (PT) foi o escolhido por esse grupo político que ainda se encontra no poder para enfrentar e derrotar João Alves Filho, que exercia seu terceiro mandato de governador; hoje isso poderia se repetir com Edvaldo.
O processo de definição do candidato governista chegou a um momento delicado, com grande risco de racha. O governador Belivaldo Chagas deixou que os pretendentes – hoje, aparentemente apenas Edvaldo e Mitidieri, apesar de o deputado federal Laércio Oliveira (PP) e o conselheiro do TCE Ulices Andrade ainda serem citados – trabalhassem à vontade, e somente no final do ano passado reuniu todos para cobrar unidade. Uma nova reunião está prevista para a próxima semana, mas as negociações só devem ser concluídas até dois de abril, prazo final para que Edvaldo renunciasse ao cargo de prefeito para ficar apto a disputar o governo.
Edvaldo é o único que corre riscos, porque teria que deixar quase três anos de mandato para se arriscar numa disputa difícil, e que será fortemente impactada pela eleição presidencial. Para aceitar a disputa, o prefeito quer um consenso real do grupo. O governador e os outros pretendentes deveriam deixar claro o nível de engajamento na campanha, promovendo eventos com seus grupos. E tendo Fábio Mitidieri como candidato a vice-governador.
Aliados do prefeito passaram a enxergar a chapa Edvaldo/Mitidieri como a mais forte, porque representaria a unidade do bloco e juntaria a liderança administrativa do prefeito e a capacidade de articulação política do deputado. O difícil é obter um acordo nesse sentido, num momento em que o governador Belivaldo Chagas, a quem caberá a palavra final, demonstra apatia e falta de interesse em participar do processo eleitoral, o que está claro há muito tempo, desde o instante em que anunciou que não disputaria novos mandatos eletivos. Se não pensa em novo mandato, o que poderia motivá-lo a liderar uma campanha?
Os governistas começaram a ver o tempo passar desde meados do ano passado, quando o senador Rogério Carvalho (PT) se desgarrou do grupo num rompimento programado com o governo Belivaldo, e passou a articular a sua candidatura a governador, com o aval do diretório estadual e do ex-presidente Lula. Rogério avança sobre as bases e partidos ligados ao governo, consolida a sua candidatura, enquanto os antigos aliados começam a se digladiar.
A saída do PT praticamente esfarelou o bloco criado por Déda e coloca o partido como principal adversário do candidato a ser apresentado pelo governador. O embate será inevitável, independente de quem for o escolhido.
Como o processo de escolha do candidato governista está ocorrendo muito antes do período das convenções partidárias, entre e 20 de julho e cinco de agosto, uma pergunta fica no ar: o escolhido de agora será mesmo confirmado pelas convenções dos partidos que ainda integram o bloco?
Edvaldo pode arriscar tudo e deixar o comando da PMA mesmo sem a garantia de ser o escolhido pelo governador.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade