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Edvaldo pode não subir no palanque de Mitideri


Publicado em 19 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O fato de o governador Belivaldo Chagas (PSD) ter iniciado a campanha eleitoral, em abril de 2018, com apenas 3% das intenções de votos, parece ter servido de inspiração para os
dirigentes dos partidos que ainda integram o bloco governista para a escolha do deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) como candidato do grupo nas eleições de outubro. As pesquisas que mostravam a vantagem do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e os seus argumentos não foram levados em consideração na reunião da última segunda-feira (14).
A campanha de 2018 tem uma diferença fundamental em relação a de 2022: em abril de 2018, Belivaldo estava assumindo o governo, em função da renúncia de Jackson Barreto (MDB) para disputar o senado. Belivaldo foi candidato na condição de governador do estado, com todas as vantagens do cargo, a ponto de o TRE-SE ter cassado o seu mandato, em agosto de 2019, por suposto abuso político durante a campanha pela reeleição, medida depois revista pelo TSE.
Fábio Mitidieri vai disputar a eleição sozinho, sem uma base eleitoral sólida e com o apoio de um governador que não está nem aí para o processo eleitoral. Aos 62 anos, Belivaldo já avisou que não vai mais disputar eleições e que pretende se mudar para o sítio no Pau Leite, povoado de Simão Dias, quando deixar o governo. É uma demonstração de que a campanha não fará com que altere a linha do governo em função das eleições.
No terça-feira (15), o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) demonstrou sua insatisfação por não ter sido o escolhido. Disse que colocou seu nome à disposição do grupo por aparecer sempre em primeiro lugar nas pesquisas, por ter capacidade administrativa, Aracaju o conhecer e ver o que tem feito, e por estar preparado para ser governador do estado. “Mas a coligação optou por Fábio Mitidieri”, lamentou.
“Apesar de achar que sou mais preparado para governar o estado, fiz o gesto de renúncia. Aceito a decisão, mas obviamente acho que meu nome seria maior de possibilidade tanto de vitória, como de construir um governo democrático, operoso”, ressaltou.
Prosseguiu: “Agora vou cuidar da campanha, dos partidos aliados. Enfim, preparar para a campanha eleitoral. Mas eu, pessoalmente, vou continuar dedicado à minha cidade onde sou prefeito e vou continuar prefeito. Meu papel será trabalhar para melhorar a vida dos aracajuanos”.
E completou: “Vamos continuar trabalhando. Fiz um gesto de retirar minha candidatura e retirei. Não sou mais candidato. Aceitei o resultado. Só poderia renunciar a prefeitura de Aracaju caso fosse apoiado por todos”.
As declarações de Edvaldo mostram claramente que ele não pretende participar da campanha de Mitidieri e não demonstra interesse em indicar o candidato a vice-governador, como chegou a ser ventilado, mesmo com o deputado estadual Luciano Bispo (MDB), presidente da Assembleia Legislativa, ter se apresentado para o cargo.
Havia uma grande preocupação com Mitidieri, caso ele não fosse o escolhido. Achavam que Edvaldo é de “grupo”, e que não se alteraria pelo fato de não ser o candidato. Não é o que parece.
Na quinta-feira, o senador Rogério Carvalho, pré-candidato do PT ao governo do estado, participou da missa de aniversário de Aracaju e depois se encontrou com Edvaldo. Sílvio Santos, coordenador da campanha de Rogério, pretende agendar para os próximos dias uma audiência com o prefeito para discutir a campanha eleitoral.
Mesmo que Edvaldo não passe a apoiar a candidatura petista, o simples fato de ele cruzar os braços e não subir no palanque de Mitidieri já é um fato relevante. Ele pode até não ter força para eleger um deputado, como costumar dizer os adversários, mas o seu envolvimento com uma campanha majoritária pode ser fundamental em Aracaju.
Em entrevista, Fábio Mitidieri ainda ironizou a insatisfação de Edvaldo, que faz questão de dizer que liderava as pesquisas: “Não existe Senhor do Bom Começo. O que existe é Senhor do Bonfim”.
Se não começar a aparecer bem nas pesquisas, Mitidieri vai perder não apenas o apoio de Edvaldo, mas de muitos prefeitos e lideranças importantes no estado. Mesmo com todo o dinheiro que diz está disposto a gastar.

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