Manifestação dos petroleiros em Aracaju
Funcionários da Petrobras organizam protestos
Publicado em 09 de fevereiro de 2020
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
Funcionários da Petro bras em Sergipe iniciam essa semana uma série de atos públicos contrários ao processo de privatização da empresa estatal já iniciada pelo Governo Federal. Depois de rejeitar a adesão ao movimento nacional, na noite da última sexta-feira, 07, a direção do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE) oficializou que o embate entre Palácio da Alvorada e a classe trabalhadora será reforçado por servidores ainda atuantes nos dois estados nordestinos. Após deliberar o estado de greve, gestores sindicais se reuniram nesse final de semana para planejar as ações de mobilização.
De acordo com o sindicato, a política administrativa da direção da empresa está gerando demissões em larga escala e transferências de trabalhadores para outros estados [no caso de Sergipe, mudanças geralmente para estados fora da região Nordeste]. A perspectiva por parte do Governo Federal é que já a partir do próximo mês de março outro grupo de servidores seja transferido. Como é de conhecimento público, em especial dos órgãos governamentais e dos próprios servidores, todas as unidades da Petrobras em Sergipe serão fechadas. Essas medidas, inclusive, tem gerado preocupação para comerciantes que há décadas atuam nos entornos desses polos produtivos.
Na concepção do diretor do Sindipetro, Bruno Dantas, as imposições aplicadas pelo poder executivo federal tem proporcionado situações de múltiplas dificuldades para milhares de pessoas. Ciente da dificuldade do pleito, o sindicalista informou que a partir dessa segunda-feira, 10, os trabalhadores irão realizar atos os quais busquem agregar trabalhadores na mobilização, para, logo em seguida, iniciar uma greve geral e por tempo indeterminado, como vem ocorrendo desde o último dia 1° de fevereiro em ao menos 11 estados brasileiros. O estado de greve nas unidades sergipanas inicialmente irão consistir, por exemplo, no atraso na entrada dos funcionários ou no corte de rendição dos funcionários que trabalham em regime de turno.
"Jamais iríamos deixar de lutar por nós, por nossas famílias, pela empresa e pela sociedade. Sabemos da dificuldade dessas nossa missão, mas estamos prontos para iniciar mais essa luta contra as medidas que o Governo Federal vem aplicando contra centenas de famílias no país inteiro, mas em especial aqui no Nordeste. Em reunião geral ficou definido de forma democrática que nesse início de ato haverão mobilizações para construir e fortalecer o movimento e depois entrarmos em greve", declarou Bruno Dantas. Diante da pressão nacional, as reuniões para debater esse assunto em Sergipe foram iniciadas apenas na última quarta-feira, 05. O representante sindical reforçou ao JORNAL DO DIA que não houve ‘entrega’ por parte dos servidores.
"Estamos acompanhando esses trâmites com cautela, mas com a força democrática de sempre, uma marca histórica da nossa classe. Observamos que era preciso agir, mas não no impulso. A greve começou em alguns estados, mas em Sergipe ficou definido que medidas preliminares a uma greve seriam adotadas. Estamos iniciando essa programação de atos nas sedes para posteriormente definir os encaminhamentos para a greve geral e sem prazo para ser finalizada", concluiu Bruno Dantas.