Os homens responsáveis pelo assassinato do médico
Grupo que furtava casas na Barra está ligado a morte de médico
Publicado em 08 de janeiro de 2019
Por Jornal Do Dia
Uma investigação das polícias Civil e Militar identificou três homens envolvidos diretamente com o assassinato do médico Iremar de Mecenas Silva, 58 anos, que foi encontrado morto em 21 de dezembro passado, na casa de veraneio onde passava o fim de ano, na Praia da Costa, Barra dos Coqueiros (Grande Aracaju). Eles fazem parte de um grupo envolvidos com vários outros arrombamentos e assaltos ocorridos ao longo dos últimos meses na cidade. Quatro integrantes do bando foram presos: Otávio de Jesus Rocha, o ‘Chuíco’, 24 anos; o irmão dele, Ozenias de Jesus Rocha, o ‘Bidi’, 27; o ex-presidiário José Ederaldo Honório Palmeira, o ‘Deraldo’, 33; e Denis Silva Mota, 37.
O grupo já era investigado por equipes do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), com apoio do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp). Segundo a delegada Juliana Alcoforado, disse que os suspeitos foram identificados a partir de imagens de câmeras de segurança instaladas na região e de relatos de vizinhos que teriam sofrido outras tentativas de arrombamento. "Uma dessas casas tinha uma janela com tentativa de abertura. Nós pedimos à perícia para colher as digitais e soubemos por um morador de uma casa vizinha que ele realmente percebeu um barulho estranho na casa e acendeu a luz. E isso fez com que os autores corressem. A partir dessa outra tentativa de invasão, percebemos que esse crime pode ter sido um latrocínio", disse ela.
Um dos que atuaram diretamente no crime foi ‘Deraldo’, que foi preso na madrugada de ontem em Arapiraca (AL) e confessou ter invadido a casa do médico junto com ‘Chuíco’ e um quinto integrante da quadrilha, conhecido como ‘Buda’, que ainda não foi identificado pela polícia. De acordo com Juliana, eles entraram no local para roubar objetos da casa e decidiram matar o médico ao perceber que ele dormia em um dos quartos. "Dois primeiros entraram na casa e, ao perceberem que tinha uma pessoa na casa, resolveram cobrir os rostos e pegaram um pedaço de madeira de cerca de um metro. A vítima permaneceu dormindo e foi golpeada na cabeça, sem nenhuma chance de defesa. Não foram encontradas outras marcas de sangue ou de luta pela casa, e o corpo do médico estava na mesma posição em que ele dormia", relatou a delegada. A causa da morte de Iremar foi apontada prela perícia como traumatismo cranioencefálico provocado por agressão física.
Ainda segundo o relato de ‘Deraldo’, os três envolvidos continuaram o assalto após matarem o médico, recolhendo diversos objetos de valor, como joias, dinheiro, celulares, roupas e aparelhos eletroeletrônicos. Na saída, eles cortaram os pneus do carro do médico com uma faca. Ainda de acordo com a delegada, ‘Deraldo’ afirmou que todos os objetos teriam sido vendidos horas depois do crime, em uma feira de trocas no bairro Porto Dantas (zona norte). "Ele disse que, por causa da proporção que o crime tomou, eles procuraram se desfazer dos objetos e que ficou apenas com R$ 400", disse Juliana.
As informações do primeiro preso acabaram confirmadas por ‘Chuíco’, que também confessou o crime. Ele foi preso na tarde de sábado, junto com o parceiro Denis, em uma casa no bairro Rosa Elze, em São Cristóvão (Grande Aracaju). Já o irmão dele, ‘Bidi’, foi preso no bairro Industrial, escondido no telhado de uma casa. Nas duas prisões, os agentes do Depatri foram apoiados por equipes da Radiopatrulha, que cercaram as áreas onde os suspeitos se escondiam. "Uma equipe do reservado colheu informações sobre a procedência dos indivíduos e encontrou o Otávio em um local chamado ‘Quilombo’, mas ele fugiu. Foi solicitado o apoio das viaturas de serviço, fizeram as buscas e encontraram o indivíduo em outra residência. Com mais outras informações, fomos até o Bairro Industrial e encontramos o ‘Bidi’", relatou o capitão Soares, comandante da BPRp.
O oficial confirmou que um dos presos, ‘Chuíco’ estava armado com uma escopeta artesanal, de grosso calibre e uso restrito. E que os três acusados detidos na capital eram presidiários monitorados por tornozeleiras eletrônicas. "Quando voltamos à casa onde o primeiro indivíduo [Otávio] estava, encontramos uma tornozeleira eletrônica dentro do vaso sanitário, pois o mesmo tentou dispensá-la", disse o capitão Soares. Já a delegada do Depatri acrescenta que os tres acusados eram monitorados, mas costumavam violar os equipamentos ou deixar que eles descarregassem de propósito. "Eles retiraram as tornozeleiras e por conta disso o monitoramento estava interrompido. Vamos apresentá-los à Justiça para que eles tenham suas penas agravadas", pontuou ela.
Os acusados estão em uma Delegacia Metropolitana sob custódia, aguardando transferência para o sistema penitenciário. A Polícia Civil solicita o apoio da população para identificar o foragido "Buda", que ainda não foi identificado. Qualquer informação pode ser repassada por meio do Disque-Denúncia (181).