Homem é flagrado esfaqueando cavalo na Cidade Nova
Publicado em 14 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
O carroceiro José Tadeu dos Santos Lima, 30 anos, foi detido em flagrante na noite desta segunda-feira pela Polícia Militar, acusado de agredir um cavalo e feri-lo com uma facada. O crime aconteceu no Loteamento Patrícia, bairro Cidade Nova (zona norte de Aracaju), onde uma equipe de PMs que fazia rondas no bairro encontrou o homem e o cavalo em um terreno baldio, cercados por uma multidão de pessoas que queria linchar Tadeu. O animal, que estava sendo espancado pelo acusado, chegou a ter sua pata dianteira cortada e caiu morto, na presença dos PMs.
Os militares relataram que, ao chegar ao local do crime, o cavalo estava ferido, desnutrido e sem conseguir ficar em pé, mas era constantemente puxado por Tadeu. Ao ser perguntado pelos PMs, o cavalo caiu no chão e morreu no local. Apesar dos moradores, entre revoltados e curiosos, terem chamado a polícia e intimidado Tadeu, a revolta deles não se traduziu em atos concretos, pois, segundo o registro feito na Delegacia Plantonista (Centro), nenhum dos que ali estavam quis acompanhar os PMs até a delegacia para se apresentar como testemunhas.
Mesmo com a atitude contraditória da população, os policiais tiraram fotos do animal morto e aprenderam a faca usada pelo carroceiro, que estava embriagado e "não conseguia desenvolver nenhum raciocínio logico". Na delegacia, ele admitiu que "deu uma chuchada" no animal e alegou que ele tinha empacado, recusando-se a andar. José Tadeu foi liberado depois de assinar um Termo de Ocorrência Circunstanciado (TOC), no qual assumiu compromisso de se apresentar ao Juizado Especial Criminal. Em liberdade, ele responderá pelo artigo 64 da Lei Federal 3.688/1941, por "tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo", cuja pena vai até um mês de prisão, além de pagamento de multa.
Segundo grupos de defesa dos direitos dos animais, já são 14 os casos de animais mortos com práticas cruéis em Sergipe desde janeiro deste ano, sendo 10 cavalos e quatro jumentos. O caso de maior repercussão ocorreu em 16 de fevereiro, quando um jegue que foi amarrado na traseira de uma caminhonete e arrastado por mais de quatro quilômetros, pelas ruas do centro de Graccho Cardoso (Agreste). O animal sofreu ferimentos gravíssimos, não suportou as dores e foi sacrificado no Hospital Veterinário Vicente Borelli, em Aracaju. O fazendeiro Celso Costa Ferreira, 76 anos, que admitiu o crime, responde a processo e será julgado no próximo dia 4 de setembro, podendo ser condenado a até um ano e meio de prisão.