Homem que tentou matar esposa diz que tem problemas mentais
Publicado em 08 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Gabriel Damásio
O homem que foi preso em flagrante no último dia 28, após tentar matar a própria esposa com golpes de facão em uma praça no centro de São Cristóvão (Grande Aracaju), foi transferido do Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho (Compajaf) para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP). A transferência foi autorizada pela Justiça, que acolheu um recurso apresentado pelos advogados de defesa do acusado, sob a alegação de que ele teria transtornos mentais e estava sob “surto psicótico” quando cometeu o crime.
A informação foi divulgada ontem pelo advogado Bruno Ramos, que defende o autor do crime. Em entrevista à TV Atalaia, ele disse que a condição psicológica foi atestada por um laudo apresentado à Justiça e ratificado pela equipe psiquiátrica do Compajaf, e que, por isso, o suspeito não teria condições de ficar preso em uma unidade penitenciária comum.
“Ele faz uso de medicamentos controlados, contra depressão, contra insônia. O que nós acreditamos é que ele tenha tido um surto naquele episódio. A gente não sabe, efetivamente, qual foi a causa, a motivação de querer esfaquear sua ex-companheira. Inclusive, quando conversamos com ele, ele fala coisa com coisa, diz que não sabe onde está, e isso prova que ele tem esse sofrimento mental”, disse Bruno.
Ainda de acordo com a defesa, o laudo está sob análise do Ministério Público e deve receber um parecer. A Justiça deve ainda definir o tempo de internação no HCTP, além de decidir se o réu é ou não inimputável, isto é, se ele tem ou não condições psicológicas de responder pelo processo. Caso ele seja declarado inimputável, ele pode não responder pelo crime de tentativa de homicídio.
O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, que mostra o exato momento em que o acusado ataca a ex-esposa, tenta esfaqueá-la e só para quando uma viatura da Polícia Militar chega ao local. O agressor foi dominado e preso em flagrante, enquanto a mulher foi socorrida com ferimentos leves. Na ocasião, a vítima acompanhava o filho em uma escola municipal e estava fazendo a matrícula dele na unidade de ensino, quando foi perseguida.
Os advogados Aloísio Vasconcelos e Niclésia Dias, que defendem a vítima do crime, preparam um recurso para impugnar o laudo psiquiátrico, alegando que a responsável pelo laudo não seria habilitada para tal, entre outras irregularidades. Eles sustentam também, que o agressor, ao ser preso, não apresentava desorientação, relatou todo o crime com detalhes e teria tentado justificar o crime com a desculpa de que ela “o desprezava” e “não fazia direito” as tarefas domésticas.