O lavrador Celestino foi de São Domingos para Itabaiana para cuidar de uma gripe
Hospital muitas vezes faz papel de unidades básicas de saúde
Publicado em 11 de agosto de 2012
Por Jornal Do Dia
O lavrador de 67 anos e morador do município de São Domingos, José Celestino dos Santos, procurou o Hospital Regional de Itabaiana Dr. Pedro Garcia Moreno Filho e relatou que sentia tonturas e dores no corpo.
"Eu tive que vir até Itabaiana porque lá no município não tinha médico no posto da saúde e eu não podia mais esperar. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo", conta o lavrador.
Quem atendeu o lavrador foi o médico Clínico Geral, Itamar Souto Júnior, que também trabalha no município de Nossa Senhora das Dores. "Ele tem uma gripe mais forte. É um dos muitos exemplos de casos que poderiam ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios, mas acabam vindo para o hospital", diz o médico.
O caso do senhor José Celestino não é o único e sim o da maioria nas principais unidades hospitalares de média e alta complexidade do Estado. No primeiro semestre de 2012, o Hospital Regional de Lagarto Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro, que é uma unidade de média e alta complexidade, registrou 30.580 atendimentos. Desse total, apenas 1.143 eram, de fato, casos de urgência e emergência. Os outros 29.437 são casos ambulatoriais de baixa complexidade que não precisavam ser atendidos em hospitais.
O mesmo acontece no Hospital Regional de Estância Dr. Jessé de Andrade Fontes. No primeiro semestre, do total de 28.805 atendimentos, 25.925 foram ambulatoriais de baixa complexidade e, somente, 2.880 foram casos de urgência e emergência.
UPAS em números – Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas de Boquim e no Hospital local do município, o número de atendimentos é menor do que os realizados nos hospitais regionais, porém a realidade de atendimentos ambulatoriais de baixa complexidade é a mesma. Dos 23.154 atendimentos realizados, 21.291 são ambulatoriais e 1.863 são de urgência e emergência.
"Em Lagarto, os atendimentos ambulatoriais representam 96% e os de urgência e emergência 4% . Em Estância, os índices são de 90% e 10%, respectivamente. Nas unidades de Boquim, o atendimento a casos ambulatoriais foi de 92% e 8% de casos de urgência e emergência", contabiliza Jardel Mitermayer Gois, coordenador de apoio institucional da rede Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), instituição gestora da rede hospitalar Estadual.