Internos da Usip fazem rebelião durante a madrugada
Publicado em 05 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia
Cerca de 40 internos da Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip) fizeram uma nova rebelião, após uma tentativa frustrada de fuga. Por volta das 22h40 de anteontem, eles começaram um quebra-quebra a partir da Ala 4 e tomaram o controle da unidade durante cerca de uma hora. Cerca de 16 adolescentes chegaram a ficar no telhado do prédio e chegaram a entrar em confronto com soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq).
De acordo com o capitão Alzot Trindade, oficial do BPChq que coordenou a ação dos policiais, havia poucos agentes socioeducativos de plantão na Usip, que não conseguiram conter a rebelião e pediram a ajuda da PM. Ele relatou ainda que os adolescentes atiraram pedras, telhas e paus contra os soldados, que reagiram usando bombas de gás e balas de borracha. Cinco adolescentes tiveram escoriações leves, as quais, segundo Alzot, foram causadas na quebra das telhas e na passagem dos internos pelos buracos quebrados na parede das alas.
A rebelião foi controlada por volta da meia-noite, quando os policiais e agentes fizeram uma recontagem dos internos e uma revista nas alas, nas quais foram encontradas pedras e armas improvisadas. A tropa de choque deixou a unidade por volta da 1h30 de ontem. Apesar do baixo número de agentes, não houve fugas e o Cenam não foi afetado pela rebelião. A ala 4 da Usip foi a mais danificada e foi interditada para reformas de emergência. Houve avarias também nas alas 1 e 2 e os internos foram remanejados para outras alas até o fim dos reparos.
As circunstâncias da rebelião serão apuradas em uma sindicância a ser instaurada pela direção da Fundação Renascer. Em outubro deste ano, houve uma sequência de cinco grandes fugas e rebeliões no Cenam e na Usip. Ao todo, mais de 70 internos conseguiram fugir e três agentes socioeducativos ficaram feridos. Duas mortes de internos da Usip já foram registradas também neste ano e estão sendo apuradas em segredo de justiça. Por causa da crise, a direção da Renascer chegou a ser destituída temporariamente por decisão da Justiça.