Irmãos que mataram idoso por som alto são presos

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

Já estão presos os três irmãos acusados de assassinar o aposentado José Antônio dos Santos, 79 anos, o "Tota de Percílio", morto a tiros em 14 de abril deste ano no povoado Cruz das Graças, em Nossa Senhora Aparecida (Agreste). Os agricultores José Genivaldo de Oliveira, 49 anos, Josué de Oliveira, 40, e José Gileno de Oliveira, 49, se entregaram ontem de manhã à Delegacia Regional de Estância (Sul) e prestaram depoimento, acompanhados por um advogado. À tarde, eles foram trazidos para a sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), onde serão apresentados hoje, às 8h30.

Os três estavam foragidos desde a tarde do dia do crime, que aconteceu dentro da casa do idoso. Segundo informações da polícia, os Oliveira eram donos do carro que estava em um bar próximo à residência e com o som bastante alto. Este foi o motivo de uma discussão entre "Tota" e um adolescente, que acabou em uma troca de empurrões e na decisão dos irmãos por assassinar o idoso. Segundo o advogado dos acusados, Márcio César Fontes, Genivaldo confessou ter matado "Tota" com um tiro de escopeta, alegando que o adolescente é seu filho e teria sido agredido por ele durante a briga.

Fontes também afirmou que orientou os irmãos a se entregarem à polícia, com o objetivo de "colaborar com o trabalho da Justiça e da polícia", além de "apresentar a melhor defesa possível" em favor deles. Afirmou também que esse foi um pedido da própria família dos acusados, preocupada com a longa ausência e a falta de contato deles.

Na ocasião do assassinato, uma pessoa ligada à vítima relatou ao JORNAL DO DIA que eram muitas as reclamações de vizinhos acerca do barulho produzido pelos irmãos quando frequentavam o bar e que a situação já durava alguns meses, até chegar à sua gota d’água no dia do crime. Após a briga no bar, quando o aposentado tentou desligar o som, os Oliveira teriam ido buscar as armas em casa e voltaram de carro para a casa de Antônio, onde ele descansava na varanda, com a esposa. Um primeiro tiro foi disparado e dois dos acusados pularam o portão da residência e encurralaram o casal em um quarto, no qual Genivaldo teria atirado no pescoço.

O aposentado foi um dos primeiros moradores do povoado e era filho do primeiro prefeito de Aparecida, Manoel Perciliano dos Santos, além de primo da desembargadora Maria Aparecida Gama, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE).