A demora na espera do ônibus aumentou com a retirada de mais de 100 ônibus
João procura empresa para normalizar ônibus
Publicado em 20 de julho de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
As empresas VCA e São Cristóvão, ligadas ao Grupo Bonfim, estão praticamente eliminadas do sistema transporte coletivo de Aracaju e não podem mais funcionar na região. A informação não é oficial, mas foi indicada pelo prefeito João Alves Filho, ao ser perguntado sobre o assunto na tarde de ontem, em entrevista à Rádio Liberdade 930 AM. Os funcionários das duas empresas estão em greve desde a tarde de quarta-feira, em protesto contra o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas. Com esta paralisação, pois 156 veículos deixaram de circular em 24 linhas, prejudicando milhares de moradores de Aracaju, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro. O caos criado pela empresa, que enfrenta uma grave crise financeira e administrativa, foi citado por João Alves como "uma atitude de agressão ao povo aracajuano".
Sem dizer qual a medida que será tomada contra a empresa, o prefeito afirmou que sua crise foi causada por seus próprios administradores e está definindo sua saída definitiva do sistema. "Não é que ela está fora. Ela praticamente cometeu um haraquiri, suicidou-se, pelo procedimento equivocado que seus chefes seguiram. Praticamente, a VCA se inviabilizou, e isso não era do nosso interesse. No entanto, ela realmente gerou uma crise por suas falhas, e quando a crise gera repercussão para quem a motivou, [o problema] era de se esperar. Esse problema que a VCA gerou atinge a 600 mil sergipanos [de Aracaju], além dos 250 mil de Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. É uma coisa absolutamente irresponsável e impensável", criticou João.
O prefeito lembrou que já fez uma advertência à VCA no mês passado, quando houve uma nova paralisação dos funcionários, dizendo que não aceitaria mais problemas desse tipo aos usuários. Perguntado sobre qual a medida que será tomada agora, ele não quis adiantar qual, mas garantiu que a Prefeitura de Aracaju está dedicada a resolver o problema. "Essa questão, pela gravidade que atingiu e pelos problemas decorrentes disso, eu prefiro falar de uma vez, em definitivo. Mas nós não queremos transmitir uma notícia ruim aos aracajuanos. Estamos empenhados, a secretária Georlize tem realizado um trabalho exemplar. Essa semana, todos nós trabalhamos com isso madrugada adentro. Eu posso garantir aos aracajuanos que não estamos de braços cruzados. Vamos nos dedicar de corpo e alma a essa questão", assegurou.
Na quarta-feira, surgiu a informação de que a empresa Vitória Transportes, ligada à deputada estadual Susana Azevedo (PSC), teria sido convidada pela PMA para assumir a frota da VCA em caráter de emergência. A notícia não foi confirmada. No entanto, João Alves admitiu que outras empresas, incluindo uma sediada em Recife (PE), chegaram a ser sondadas para assumir o lugar, mas ambas desistiram depois que a Justiça determinou a redução da tarifa de ônibus para R$ 2,25, na semana passada. Segundo o prefeito, as negociações continuam para que outra solução seja achada. "De ontem pra cá, surgiu uma luz no fundo do túnel, mas eu ainda não tenho certeza se ela é um farol forte ou um vagalume. Então, eu prefiro esperar o aprofundamento desta nova negociação que abriu para que eu possa dar um quadro real dos caminhos que vamos tomar. Vamos ver se ela realmente se confirma", diz o prefeito.
Ele também negou que vá fazer qualquer intervenção na VCA, o que é reivindicado pelos funcionários da empresa e pelo Movimento Não Pago. "Se dependesse de uma intervenção pura e simples, seria fácil. Tem outras consequências que não podemos assumir. O pessoal está querendo que eu faca intervenção, pra eles é bom. Mas pra fazer isso, no contexto atual, nós teríamos que assumir um passivo gigantesco. O povo aracajuano não tem como pagar esse passivo", argumenta Alves, dizendo ainda que o problema dos funcionários da VCA e da São Cristóvão, os quais podem perder seus empregos, não é de alcance do Município, mas está presente em todos os estudos e planos debatidos pela PMA.