Laranjeiras não oferta ambulâncias em tempo integral

Milton Alves Júnior

Sem oferta de ambulâncias em tempo integral nos povoados pertencentes ao município de Laranjeiras, região da Grande Aracaju, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que residem na cidade denunciam ainda falta de atendimento 24 horas nas unidades básicas de saúde. Alegando recorrente carência de assistência pública de qualidade, paralelo aos impasses enfrentados nas UPAs, os moradores lamentam que o Hospital Municipal São João de Deus funciona de forma precária, incapaz de atender pacientes os quais apresentam quadro clínico de alta complexidade. Em situações de emergência, no turno noturno os moradores, sobretudo que residem nos povoados Cedro e Mussuca, ficam dependentes dos profissionais que atuam na base erguida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O conjunto de denúncias recebidas pelo JORNAL DO DIA é reflexo da pesquisa desenvolvida pelo Conselho Regional de Administração de Sergipe (CRA/SE), o qual apura os melhores e piores avaliações no Índice de Governança Municipal (IGM). A ferramenta é desenvolvida pelo Conselho Federal de Administração e analisa as bases de dados oficiais, por meio das quais cruzam informações e indicadores em várias áreas. Pelo Grupo de Excelência em Gestão Pública – pertencente ao Conselho -, foi identificado que a cidade de Laranjeiras, no ano passado, surgiu como o terceiro pior do estado de Sergipe, pontuando apenas 3.75 pontos, à frente apenas de Santa Rosa de Lima, com 3.50; e Estância com 3.50.
O IGM/CFA teve os dados atualizados em 2023 pela Câmara de Gestão do Conselho Federal de Administração, cujos membros trabalharam por quatro meses. A faixa de dados da nova versão apresenta informações registradas entre 2021 e 2023. Além da atualização para informações mais recentes, as métricas do IGM/CFA também passam a considerar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ao alegar que a cidade enfrenta um dos piores momentos da sua história no quesito progresso unificado, a moradora Tereza Silveira garantiu que as ações publicitárias disparadas em redes sociais não contemplam a verdade dos fatos. Ela avalia estas peças publicitárias como: ‘cidade fake’.
Na manhã desta sexta-feira (13), o JD esteve na cidade e conversou com profissionais da enfermagem, técnicos e laranjeirenses usuários do SUS, onde constatou que a demanda assistencial está reprimida pela falta de funcionários gabaritados para atender a população. “Temos pessoas precisando fazer exames e o sistema municipal não tem condições de atender com brevidade; para vocês terem noção, não temos insumos, medicamentos básicos como dipirona, e os casos mais urgentes estão sendo encaminhados para a cidade de Lagarto. Como a eleição está chegando, estão inventando mutirões que não passam de manobras políticas eleitoreiras”, protestou uma servidora da saúde, a qual se identificou com documento oficial para o JD, mas preferiu não revelar o respectivo nome nesta matéria.

Contraponto – De igual modo à busca por entrevistas e/ou notas de esclarecimentos pleiteadas nas últimas três semanas, desde a tarde da última quinta-feira (12), o JORNAL DO DIA tem acionado a administração municipal de Laranjeiras via contato telefônico para apresentar possíveis respostas para estes dados, mas até o início da noite desta sexta-feira (13), nenhuma resposta foi apresentada oficialmente. Compromissado com o constitucional e ético direito de resposta/contraponto, caso seja de interesse da administração pública, garantimos a publicação da resposta na íntegra na edição posterior ao respectivo encaminhamento.