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Mais de 130 imigrantes morrem em naufrágio


Publicado em 05 de outubro de 2013
Por Jornal Do Dia


Da Agência Lusa

O governo italiano defendeu ontem uma política de imigração comunitária e considerou que tragédias como o naufrágio ocorrido na quinta-feira (3) na Ilha de Lampedusa podem ajudar a "abrir os olhos" dos países da União Europeia para o problema.
"A política de imigração não é, neste momento, comunitária. Esperemos que tragédias deste tipo abram os olhos também de outros governos europeus para mudar esta política", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros italiana, Emma Bonino.
Na quinta-feira (3), cerca de 130 pessoas morreram no naufrágio de uma embarcação proveniente da Líbia que transportava imigrantes clandestinos da Somália e da Eritreia. Mais de 150 ainda estão desaparecidas.
Os imigrantes morreram quando o barco em que viajavam naufragou ao tentar chegar a Lampedusa – a 205 quilômetros (km) ao sul da Sicília e a 113 km da costa africana. A ilha é considerada uma porta de entrada para a Europa via Mar Mediterrâneo.
O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, que foi para Lampedusa, anunciou que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, prometeu visitar a ilha em breve.
"Vamos transmitir-lhe como a ilha é verdadeiramente a porta para a Europa", disse Alfano, acrescentando que a "Itália levantará a voz na Europa para modificar os Acordos de Dublin [convenção sobre processamento dos pedidos de asilo apresentados a países integrantes da União Europeia] que exigem demais dos países com maior registro de imigrantes".
Para o ministro da Infraestrutura italiano, Maurizio Lupi, "chegou a hora de a Itália levantar a sua voz na Europa. Não podemos continuar sozinhos a enfrentar esse problema. A União Europeia tem de nos acompanhar".
Em Genebra, na Suíça, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou hoje preocupação ante o aumento das taxas de tráfico de imigrantes e de refugiados, sobretudo na área do Mediterrâneo e em regiões como no Golfo do Áden, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico.
"Isto indica o desespero das pessoas que vivem em países afetados pela insegurança e por conflitos, como a Eritreia e a Somália, e privados dos seus direitos econômicos, sociais e culturais básicos", disse o porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
O alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, afirmou, em comunicado, que a tragédia de Lampedusa deve servir como "uma chamada de atenção" para a necessidade de existir "mão firme" contra os traficantes e contrabandistas e uma maior proteção das vítimas.

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