Os marchantes que atuavam no Matadouro de Itabaiana continuam fazendo protestos
Marchantes bloqueiam vias e frigorífico não pode funcionar
Publicado em 16 de fevereiro de 2019
Por Jornal Do Dia
Pelo segundo dia con secutivo marchan tes antes trabalhadores do Matadouro Municipal de Itabaiana, região Agreste o Estado de Sergipe, se mobilizaram em vias expressas e causaram transtornos aos condutores de automóveis. Na manhã de ontem, em novo ato unificado, os manifestantes bloquearam o acesso a um frigorífico particular, que, por mais de três horas, necessitou suspender todas as atividades, inclusive, carregar caminhões e distribuir os alimentos aos municípios que possuem empresários contratantes do serviço. Em nota o Grupo Serrano informou que mercados e feiras livres de 20 cidades, além da capital, Aracaju, sentiram os efeitos do bloqueio.
"O estabelecimento, que recebe em média 600 animais/dia, está com os currais vazios. Sem atividade nesta manhã, os funcionários estão de braços cruzados. Pedimos providências das autoridades", destacou a direção do frigorífico atingido pelo ato. Apesar dos contratempos provocados, Otacílio José Góis, representante dos marchantes, garantiu que os trabalhadores seguem unidos na perspectiva de forçar a reabertura do matadouro municipal, e ao JORNAL DO DIA não descartou a possibilidade de realizar mobilizações semelhantes a de ontem, desta vez nas imediações do município de Propriá. O declarante não informou quando deve ocorrer esse ato.
"Do jeito que estamos não podemos mais permanecer. Estamos há mais de três meses sem poder trabalhar por uma culpa que não é nossa e por esse motivo queremos deixar claro que vamos continuar protestando até que a situação dos marchantes e boiadeiros seja finalmente resolvida. Não existe condições de segurar mais a paciência dos trabalhadores sem que os locais interditados voltem a funcionar", avisou. Desde o mês de novembro do ano passado o matadouro está fechado por determinação judicial. Indícios de desvio de taxas do estabelecimento resultaram, por exemplo, na prisão do prefeito Valmir de Francisquinho e de secretários.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), a operação investiga um desvio de quase R$ 6 milhões nos anos de 2015, 2016 e 2017 administração municipal em decorrência de supostos desvios de taxas recolhidas no matadouro. Estima-se que somente entre os anos de 2015 a 2017 foram abatidos, por ano, entre 2.500 a 3.900 animais, recolhendo entre R$ 24 mil a R$ 39 mil. Ainda de acordo com a SSP, foi possível identificar cobranças de R$ 50 junto aos boiadeiros sem respeitar as formalidades legais. O que implica é que na prática apenas R$ 10 eram recolhidos para os cofres municipais.
"Por mais que esse bolo de acusações sejam verdadeiras, a justiça e os órgãos públicos precisam entender que as famílias que trabalham no matadouro não têm nada a ver com essa situação. Cansamos de pedir encarecidamente para quem quer que seja o responsável por apresentar o alvará restabelecendo o serviço; a paciência ultrapassou o limite e volto a afirmar que as manifestações vão continuar", concluiu Otacílio José. Sobre o pleito dos trabalhadores a Prefeitura de Itabaiana informou na tarde de ontem que diante dos problemas encontrados, a gestão afirma estar em constante consonância com o Ministério Público para solucionar os problemas, na busca pela resolutividade imediata de pendências.