Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Margaridas marcham em Brasília movidas pela esperança de reconstrução do Brasil
Publicado em 16 de agosto de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Uma das maiores mobilizações de mulheres do país volta à Brasília nesta terça (14) e quarta-feira (15). É a 7ª Marcha das Margaridas que completará 23 anos desde a primeira edição que ocupou a capital federal, para lutar contra a pobreza e a violência sexista.
Enquanto em 2000, ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a pauta se baseava em três eixos, valorização da participação da mulher na reforma agrária e na agricultura familiar, a garantia e ampliação dos direitos trabalhistas e sociais e o combate à violência e impunidade no campo e a todas as formas de discriminação social e de gênero, em 2023, a lista de reivindicações é bem mais extensa.
A manifestação deste ano conta com 13 eixos políticos: Democracia participativa e soberania popular; Poder e participação política das mulheres; Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática; Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária; Universalização do acesso à internet e inclusão digital; Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; e, Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade
O norte das margaridas é a reconstrução do Brasil após seis anos de resistência em que em que as políticas públicas e os direitos da população mais vulnerável foram atacados desde o governo do golpista Michel Temer (MDB) até a eleição do ex-presidente, hoje inelegível, Jair Bolsonaro (PL).
A marcha deste ano também defende a ideia de bem viver, um conceito que está associado à experiência de vida coletiva expressa por meio da solidariedade, do compartilhamento e do direito à existência para todas, inclusive das mulheres negras, trabalhadoras, do campo, da floresta e das águas, as mais afetadas pela devastação e mercantilização da natureza e da biodiversidade a partir da atuação devastadora de transnacionais da mineração e do agronegócio.