NO FINAL DA TARDE DE ONTEM, DIRIGENTES DA FUNDAÇÃO DE SAÚDE FECHARAM ACORDO COM MÉDICOS PARA COMPLETAR A ESCALA DA MATERNIDADE
Nos primeiros seis meses de 2013, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes registrou mais de 7 mil atendimentos
Publicado em 08 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia
NO FINAL DA TARDE DE ONTEM, DIRIGENTES DA FUNDAÇÃO DE SAÚDE FECHARAM ACORDO COM MÉDICOS PARA COMPLETAR A ESCALA DA MATERNIDADE
Nos primeiros seis meses de 2013, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes registrou mais de 7 mil atendimentos
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Em apenas 48 horas, o atendimento da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju, especializada em atender alta complexidade, fechou para demanda espontânea por 12 horas, das 19h de terça-feira às 7h de quarta-feira, 7. No período, foram atendidos apenas pacientes encaminhados por outras unidades de saúde.
A agricultora Miriam Vasconcelos levou a irmã para maternidade às 5h da manhã de ontem, mas não conseguiu atendimento. "O local já estava cheio e eles disseram que não poderiam fazer o atendimento. Achei melhor levar para outro hospital que deixar no corredor", contou.
De acordo com a assessoria de comunicação da maternidade, a medida foi adotada para atender a uma determinação do Conselho Regional de Medicina (CRM), que tenta evitar a superlotação. Há 21 dias uma interdição do CRM determinou que o plantão poderia ser fechado para demanda espontânea sempre que o número de médicos fosse menor que quatro por escala. Desde então, os profissionais se recusam a trabalhar acima da carga horária. De acordo com a Fundação Hospitalar da Saúde (FHS), dos cinco médicos escalados para o plantão da noite, apenas dois trabalharão, dois estão de licença médica e um apresentou atestado médico e não compareceu.
Escalas – Há 15 dias, o diretor operacional da FHS, Wagner Andrade, tem tentado negociar com os profissionais, porém sem sucesso, já que eles pedem um aumento salarial que não é aceito pela Fundação. Ontem, mais uma vez houve reunião entre gestores e médicos. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde, direção da FHS e obstetras chegaram a um entendimento. "Ouvimos as necessidades e entramos em consenso. Discutimos a composição das escalas, o aprimoramento das condições de trabalho, a remuneração de acordo com as horas trabalhadas. Os profissionais concordaram em dar continuidade às atividades sem comprometer a assistência às gestantes e parturientes de alto risco", explicou Wagner Andrade.
Na ocasião, também foi discutida a questão do atendimento às pacientes já reguladas e encaminhadas de outras unidades de saúde, medida essa que visa diminuir a superlotação e alta demanda de pacientes de baixo risco na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, que é referência em casos de alta complexidade.
"Os médicos obstetras apresentaram todos os anseios do dia a dia. A Fundação se preocupou em solucionar o problema de forma rápida e efetiva. Mapeamos todos os questionamentos feitos pelos médicos. Ficou acordado que, junto à Rede Materna de Sergipe, deve-se fazer a regulação destas pacientes com autorização médica por escrito, além da ligação de médico para médico entre as unidades. Só darão entrada na MNSL os casos que são realmente de alto risco, via regulação médica. Acredito que desta forma, diminuiremos consideravelmente a superlotação da MNSL", destacou Marcelo Vieira, diretor geral da FHS. A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes permanecerá com o plantão completo conforme pactuado.
Números – Apesar de ser destinada apenas para atender um público específico, de alta complexidade, em média 50% dos atendimentos na MNSL ainda são classificados como de baixo risco, o que sobrecarrega a unidade.
Dos quase 13 partos realizados diariamente na MNSL, seis não deveriam ser feitos no local. Nos primeiros seis meses de 2013, a maternidade registrou mais de 7 mil atendimentos. Desses, 4930 partos foram classificados como de baixa complexidade: janeiro (622), fevereiro (852), março (852), abril (751), maio (986) e junho (867). Desse total, 3.375 foram pacientes atendidas, classificadas como de baixa complexidade, que não necessitavam de internamento ou foram encaminhadas para o exame pré-natal.