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Médicos de Sergipe farão protesto contra planos de saúde


Publicado em 09 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


A médica Glória Tereza

Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br

Os médicos sergipanos irão suspender o atendimento eletivo aos usuários de todos os planos de saúde no próximo dia 10 de outubro. A paralisação é um protesto contra os valores pagos pelas operadoras por consultas e procedimentos, considerados muito baixos pela categoria.

A ideia foi deliberada pela Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU). Os dirigentes optaram por um protesto mais amplo, já que as negociações com as operadoras de planos de saúde não obtiveram os avanços esperados. A COMSU comunicou que a população não será prejudicada e que os clientes de consultas eletivas serão reembolsados pela sua operadora.

Uma das diretoras do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed), Glória Tereza, relatou que os médicos sergipanos estarão se mobilizando para começar o enfrentamento aos planos de saúde e a forma da mobilização ainda está sendo construída, mas pode chegar ate a suspensão do atendimento por guias dos planos. "Há planos que ainda pagam valores irrisórios, como R$ 45,00 por consulta, e o pagamento ainda é repassado ao médico em 60 dias", contou.

Ainda de acordo com a médica, os aumentos têm sido ínfimos e quando ocorrem, não repõem nem a inflação do período. "Para alcançar valores mais justos, os reajustes deviam ser de pelo menos 20%, para início de recuperação dos honorários".

Glória Tereza diz ainda que os valores pagos pelas operadoras afastam os médicos e que já existe um movimento de descredenciamento individual, pois fica mais viável dar descontos e negociar direto com os pacientes. Esse fato tem causado impacto em algumas especialidades médicas, com redução do número de especialistas como a obstetrícia, geriatria.

A médica revelou ainda que em Sergipe, pelo menos 20% de médicos se descredenciaram de planos de saúde. Mas para quem pensa que o descredenciamento dos médicos é o principal problema, está enganado, existem também as limitações para a realização de exames.

"Algumas empresas dificultam autorização para exames de alto custo, de alta complexidade, dificultam autorização para internamentos chegando inclusive a causar a morte de pacientes que não tiveram acesso a atendimento especializado ou por falta de autorização de hospitalização", denunciou Glória Tereza.

Para ela, os pacientes pagam caro para ter atendimento diferenciado, sem esperas, sem filas, ter acesso aos recursos médicos disponíveis, mas na prática não é isso que acontece. "Quando as pessoas precisam usar o plano, percebem que não é isso que acontece, pois com o descredenciamento de profissionais, o pequeno número de médicos na rede referenciada das operadoras faz com que haja demora no atendimento ao paciente. A falta de reajustes, de atualização e inclusão de índices de reajustes aos contratos entre profissionais e operadoras têm dificultado as relações entre as partes", conta.

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