Terça, 10 De Dezembro De 2024
       
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Moradores do Castelo Branco divergem sobre mudança de local da feira livre


Publicado em 23 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Há mais de 20 anos em atuação no conjunto Castelo Branco, a tradicional feira livre instalada todas as sextas-feiras nas proximidades da caixa d’água, bairro Ponto Novo, vai mudar de local. A medida que divide opiniões entre os moradores foi tomada na manhã da última sexta-feira, 21, em audiência pública realizada na sede do Ministério Público Estadual (MPE), em Aracaju.

Para Josileide de Oliveira Santos, a permanência da feira no mesmo local é fundamental para que os clientes da localidade possam ter um fácil acesso ao espaço, e consequentemente poder adquirir produtos frescos e com melhor qualidade já no início do trabalho de cada feirante.

"Moro aqui desde o final de 2010 e aprovo que a feira continue. Apesar da sujeira que fica após a realização das vendas, de imediato um caminhão e dezenas de agentes de limpeza chegam para recolher o lixo e lavar as ruas", garante.

Os moradores contrários à mudança prevista pela Prefeitura de Aracaju (PMA) organizaram um abaixo-assinado em prol da permanência. A própria Josileide diz ter concordado e assinado a lista, e espera que essa modificação não seja devidamente concretizada. "A feira não incomoda a minha família em nada, digo isso por mim, não sei dos demais moradores", alegou.

Segundo determinações do MPE, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) é o órgão responsável por escolher e destinar os feirantes. Após a reunião realizada no órgão, foi concedido um prazo máximo de 15 dias úteis para que um estudo de viabilidade seja devidamente entregue à promotoria de Justiça dos Direitos do Consumidor informando sobre a possibilidade ou não da feira ser transferida.

 "Apesar do cuidado desenvolvido pela Emsurb, todos sabem que o cemitério é um local que não é exemplo de limpeza dentro e nos arredores. Mudar daqui para lá, é, na minha concepção, um erro", afirmou Josileide.

A favor – Entre as moradoras que torcem para que o comércio mude de região, está a aposentada Josefa de Souza Santos que afirma não aguentar mais a falta de educação de alguns feirantes, além do barulho causado semanalmente na montagem e desmontagem das bancas.

"São palavrões, gestos obscenos, um barulho ensurdecedor que incomoda a todos. Se tem alguém aqui que não se incomoda com a movimentação na hora de dormir, é porque possui os quartos no fundo da casa, ou chega depois de tudo armado. Moro aqui há 30 anos, e posso garantir que por mim, essa feira já teria sido mudada", disse. Questionada quanto aos demais problemas, a moradora continuou apresentando a sua indignação. "Apesar da prefeitura disponibilizar banheiros químicos, eles (vendedores) vivem urinando nas ruas, nas árvores e até nas casas do povo. Dizer que essa movimentação é uma maravilha, é estar vendando os olhos para o problema", afirmou Josefa.

Desde 2008 o Ministério Público registra reclamações sobre a feira. Por esse motivo, já havia requisitado à Vigilância Sanitária Municipal um estudo técnico que possa apresentar as atuais condições sanitárias da feira. Aguardando a apresentação desses dados, o promotor Daniel Carneiro garantiu que, caso sejam constatadas precárias condições para permanecer no atual local, e que os terrenos apresentados pela Emsurb não sejam viáveis para remoção, a feira poderá ser temporariamente fechada.

Semanalmente a feira funciona durante todas as manhãs das sextas-feiras. Já o período vespertino é utilizado especialmente para promover a limpeza das vias públicas. Caso algum feriado caia nos dias de sexta, o comércio de frutas, verduras e carnes é antecipado para a quinta-feira.

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