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MP manda recolher corpo de pistoleiro para exames


Publicado em 17 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

Uma reviravolta no caso da morte do ex-presidiário José Augusto Aurelino Batista, o "Zé Augusto", 41 anos, acusado de chefiar um grupo de extermínio em Poço Verde (Centro-Sul). As circunstâncias da morte, ocorrida na madrugada de anteontem depois que cerca de 20 policiais civis entraram na casa para cumprir um mandado de prisão, passam agora a ser investigadas pela Polícia Federal, a pedido do Ministério da Justiça, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e do Ministério Público Estadual (MPE).
Às 15h de ontem, quando o corpo de Aurelino estava prestes a ser enterrado, agentes da PF e peritos da Força Nacional de Segurança foram até a casa dele, em Poço Verde, onde acontecia o velório. Em seguida, eles recolheram o caixão e o levaram para o Instituto Médico-Legal (IML), em Aracaju, onde chegou no começo da noite. A informação é de que um novo exame de necropsia foi requisitado, para identificar como se deram os disparos que mataram Aurelino. O objetivo é esclarecer se o ex-detento foi executado pelos policiais, como afirma a família dele, ou se o mesmo teria reagido e atirado contra os agentes, como sustenta a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

De acordo com o advogado da família de Augusto, Getúlio Sávio Sobral, o pedido pelo novo exame foi feito pelo promotor da Comarca de Poço Verde, Lúcio José Cardoso Lima, após ele ter ouvido o depoimento da viúva, Simone Correia. Tanto ao MP quanto a jornalistas, ela reafirmou a versão de que Augusto estava desarmado e que os policiais dispararam no momento em que ele estava sentado no sofá e abraçado com a filha de quatro anos. Ainda segundo Simone, um delegado que participou da operação teria dado vários tiros nas costas do suspeito – e um dos disparos decepou um dos dedos da mão esquerda da viúva.
Os agentes federais ainda fizeram uma vistoria na casa de Aurelino em busca de sinais do tiroteio, apesar do local não ter sido isolado. Eles encontraram o portão da casa, que foi derrubado por um carro da Polícia Civil, e algumas marcas de tiros. Não há ainda uma previsão para quando o corpo de Aurelino será sepultado em definitivo, no cemitério de Poço Verde.

Ontem, a SSP não quis comentar a decisão do MPE e do MJ sobre o caso Aurelino. Já na quarta-feira, horas depois da morte do acusado, a delegada-geral da Polícia Civil, Katarina Feitoza, disse em entrevista coletiva que a SSP vai investigar as denúncias de irregularidades na operação, mas defendeu que a atitude dos policiais "foi uma ação policial legítima" e justificada pelo "histórico de ameaças" que o acusado fazia contra policiais, cidadãos comuns e autoridades do Judiciário. Uma pistola calibre ponto 40, de uso restrito da polícia, foi apresentada na coletiva como a arma que o ex-presidiário teria usado contra os agentes.

Augusto foi preso duas vezes pela polícia sergipana, sendo uma delas em junho deste ano dentro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Ele foi apontado como responsável por mais de 15 mortes que teriam ocorrido em 2012 na cidade de Poço Verde, sendo estas ligadas ao suposto grupo de extermínio e, conforme as denúncias da época, supostamente contratadas por políticos e comerciantes da cidade. Até agora, nenhum dos outros integrantes deste grupo foi preso, apesar de a SSP garantir que eles continuam sendo investigados.

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