A candidata Niully Campos em campanha (Divulgação)
Niully defende uma gestão transparente e democrática
Publicado em 14 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
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Na contagem regressiva para o primeiro turno das eleições municipais 2024, a advogada, mestra em Direito e professora universitária Niully Nayara Santana Campos recebeu o JORNAL DO DIA com a finalidade de apresentar seu programa de governo direcionado para a capital sergipana, Aracaju. Figura representativa no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ela reconheceu que a cidade precisa ser administrada por uma mulher, desde que a população opte por uma chefa do Poder Executivo Municipal devidamente comprometida com o progresso da cidade e sem amarras com partidos políticos. Niully defende ainda uma gestão transparente e democrática, ouvindo, sobretudo, a população e os servidores.
JORNAL DO DIA – Pais e/ou responsáveis por crianças especiais denunciam ausência de educação de qualidade nas unidades escolares. Como a senhora pretende resolver este problema?
NIULLY CAMPOS – Pretendemos implementar um plano de formação continuada para educadores, garantindo que todos tenham as ferramentas necessárias para atender às necessidades de crianças com deficiência. Além disso, buscaremos parcerias com instituições que possam oferecer suporte especializado, criando um ambiente inclusivo e acolhedor nas escolas. Vamos garantir, também, profissionais especializados para o atendimento educacional especializado que é um atendimento de apoio dentro das salas de aula. Vamos implementar plantão continuado e nós vamos garantir também que haja profissionais capacitados.
JD – Profissionais da saúde básica lamentam que a baixa procura por vacinas seja reflexo da atmosfera negacionista impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Niully Campos prefeita, como será a respectiva ação na tentativa de ampliar a imunização da população?
NC – Para combater a desinformação sobre vacinas vamos lançar campanhas educativas permanentes que abordem de forma acessível a importância da vacinação, também promoveremos a descentralização da vacinação, levando saúde a locais estratégicos de maior fluxo e facilitando o acesso da imunização.
JD – Pontos históricos da capital sergipana estão abandonados há sucessivos anos. O JORNAL DO DIA já destacou o cenário do memorial, localizado na Praça da Bandeira. Quais os projetos para resgatar estes espaços e torná-los ambientes de lazer?
NC – A revitalização de pontos históricos, a revitalização do memorial na Praça da Bandeira, a revitalização de prédios como o da antiga prefeitura, o prédio da Praça Olímpio Campos que inclusive pode servir como um espaço de museu, de galeria de arte, vamos transformar esses espaços em espaços de cultura e de ocupação permanente.
JD – Servidores defendem realização de concursos públicos; empresários defendem ampliação de empregos terceirizados. Isso sem falar dos cargos em comissão. Como pretende administrar o quadro funcional da PMA?
NC – Acreditamos na transparência e na valorização do servidor público. Pretendemos realizar concursos públicos para garantir a estabilidade e a efetividade no serviço público, ao mesmo tempo em que buscaremos um equilíbrio entre empregos diretos e terceirizados, sempre priorizando o bem-estar da população. Nossa meta é desprivatizar Aracaju e garantir que os serviços públicos essenciais sejam prestados pelo próprio município e para isso nós vamos investir em concurso público.
JD – No âmbito da prevenção de catástrofes e recorrentes inundações da cidade em dias de chuvas intensas, qual o planejamento de ações operacionais para os próximos quatro anos?
NC – Nosso planejamento inclui a realização de estudos técnicos para identificar as áreas mais vulneráveis e implementar um sistema de drenagem eficiente. Além disso, promoveremos campanhas de conscientização sobre o manejo de resíduos e a importância da preservação das áreas verdes da cidade. Nosso planejamento também está a realização dos estudos técnicos pra dentro das áreas mais vulneráveis. Implementar um sistema de drenagem eficiente. Além disso promoveremos dragagem dos nossos rios, recuperação das nossas matas ciliares e implementação das medidas para transformar Aracaju numa cidade esponja, adotar o IPTU verde e campanhas de conscientização, manejo de resíduos, importância da preservação das áreas verdes, dos territórios e da forma de vida das comunidades ribeirinhas, marisqueiras do povo quilombola, enfim. E, dois pontos de suma importância, a despoluição dos nossos rios e impedimento da poluição do Vaza-Barris.
JD – As mais recentes pesquisas de intenção de voto indicam citações dos eleitores em torno do seu nome. Qual a sua avaliação sobre este cenário e qual perspectiva para os próximos 15 dias de processo eleitoral?
NC – Estou animada com o apoio que vem recebendo, acredito que a população está atenta às propostas, intensificaremos nosso trabalho de base, dialogando, reforçando a mensagem de mudança e de inclusão. Em 2022, enquanto algumas pesquisas me davam 1% na véspera das eleições, quando as urnas abriram eu tive praticamente 12% dos votos válidos em Aracaju. As pesquisas de intenção de voto por vezes acabam sendo um instrumento a serviço daqueles que já estão no poder que possuem poder econômico e poder político e acabam utilizando as pesquisas como instrumento de influência no voto do eleitor e que a forma mais democrática deveria ser para consumo interno. A gente acredita no potencial de nossa candidatura e nós somos a única candidatura de esquerda capaz de enfrentar sem medo a extrema direita, estamos preparados para chegar no segundo turno das eleições.
JD – Sem experiência executiva e/ou legislativa, como tem sido feito o trabalho de convencimento da população sobre as suas competências para administrar uma cidade com mais de 650 mil habitantes?
NC – Eu não quero a experiência de quem há dezesseis anos governa Aracaju mas que anda em círculos. A experiência de quem entrega um serviço público completamente terceirizado sem qualidade para a população. A experiência de quem afirma estar garantindo o desenvolvimento da cidade mas que segue atacando o meio ambiente na contramão do mundo. Nós vamos implementar uma nova lógica de desenvolvimento em Aracaju.
JD – Diante de um homogêneo clamor popular sobre a necessidade de a população eleger uma prefeita, chegou o momento de Aracaju ser administrada por uma mulher do PSOL?
NC – Chegou a hora de ser administrada por uma mulher, mas não basta ser mulher. É preciso que a prefeita esteja em sintonia com as reais necessidades do povo. Que a política implementada na prática pela prefeita esteja em sintonia com as reais demandas do povo e não servindo ao interesse de partidos políticos que ao longo de sua história defenderam cortes de gasto na educação, na saúde, foram contrários a própria ciência. Então, é por isso que não basta ser mulher. É preciso ser mulher compreendendo a importância de representar a classe trabalhadora. O PSOL é a alternativa de mudança e justiça e eu estou pronta pra liderar essa transformação. Chegou a hora de Aracaju ser administrada por uma mulher, trazendo uma nova perspectiva e priorizando questões muitas vezes negligenciadas. Estou pronta para liderar essa transformação. Estou à disposição de dialogar de forma mais justa e inclusiva.