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O Brasil e a Inteligência Artificial mudarão o “futuro da informalidade”?


Publicado em 03 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se


* Gregório José

 

Se tem uma coisa que brasileiro entende, além de futebol e novela, é de dar um jeitinho. Agora vem o FMI dizer que a inteligência artificial vai impactar pouco o mercado de trabalho da América Latina porque tem muita informalidade. Ora, mas é claro! No Brasil, a gente já nasce programado para improvisar. A IA pode ser avançada, mas duvido que ela consiga vender churrasquinho na praia sem licença e ainda fugir da fiscalização com a maestria do nosso ambulante.
A pesquisa do FMI aponta que menos da metade dos empregos na região será afetada pela IA porque as novas tecnologias não chegam direito aqui. E por que será? Simples! Se a IA tivesse que enfrentar o custo do MEI, o alvará, a taxa disso, a licença daquilo, ela também desistia e ia vender quentinha por conta própria. No Brasil, até robô, se bobear, acaba virando autônomo.
O FMI diz que a informalidade impede o acesso ao sistema financeiro e jurídico. O que eles não entendem é que o brasileiro não precisa de sistema financeiro, ele tem o fiado da Dona Cleusa da vendinha. E jurídico? Advogado aqui resolve tudo no “seu juiz, dá pra aliviar essa multa?”.
Agora, o FMI quer que a América Latina invista mais em digitalização e formalização do trabalho. Ou seja, eles querem que o brasileiro pare de inventar moda e se encaixe direitinho no sistema. Mas como faz com o Zé das Marmitas, que só aceita Pix ou dinheiro e tem um faturamento melhor que muito restaurante chique? Como encaixar na IA a Dona Lourdes, que faz bolo de pote e vende mais que padaria com CNPJ?
A verdade é que a inteligência artificial ainda tem muito o que aprender com a inteligência natural do brasileiro. O FMI acha que a informalidade é um problema, mas aqui, ela é um sistema sofisticado de sobrevivência. Se a IA quiser mesmo dominar a América Latina, precisa primeiro entender como a gente consegue fazer tanto com tão pouco. E, quem sabe, aprender a dar aquele jeitinho que só o brasileiro sabe dar.

 

* Gregório José, Jornalista/Radialista/Filósofo

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