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O REINO DOS CÉUS


Publicado em 17 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Manoel Moacir Costa Macêdo
Cantou o poeta que o “mundo está ao contrário e ninguém reparou”. Mensagem de quem “sabe, sente e não mente”, e diz muito. Na linguagem da ciência, significa “a mudança de paradigma”, uma revolução do normal, às crises e anomalias, na direção da mudança do velho para o novo. Transição, com intervalos e incertezas.
Algumas crenças religiosas distantes da fé racional, projetam esse mundo novo, como um lugar apocalíptico e destituído do livre-arbítrio. Castigo aos rebeldes e obediência ao sobrenatural. Isso não significa reverência ao divino, mas controle social,prazeres, consumo e privilégios. A dimensão do bem, manipulada por estratégias e artifícios do medo.
O desejado é assegurar em nome dos deuses, a desigualdade como destino dos pobres e desvalidos de quase tudo na Terra. Uma blasfêmia, que despreza os miseráveis de esperançar o “reino dos céus” na dimensão terrena. Sofisma que não alavanca a mudança social, consolada pelo sinal da cruz. Resumiu em canção a dolorosa via-crúcis dos esquecidos terrenos: “se eu quiser falar com Deus tenho que aceitar a dor, tenho de que comer o pão que o diabo amassou. Tenho que virar um cão, tenho que lamber o chão”.
Esse sentimento de religiosidade está presente em sociedades marcadas pela predestinação ao castigo, purgatório, e inferno. O céu é acessível para os bem-criados. Culto ao dogma de que “o céu é em cima, o inferno embaixo e a Terra o centro dos mundos”. A ciência como “regente do mundo”, mostrou e faz tempo, que a Terra não é o centro do universo e o sol não é único. Egoísmo disfarçado no cosmo infinito, como únicos e onipotentes.
 No sentido da fé raciocinada, da filosofia, e da ciência, o “reino dos céus, indica um estado de alma, um sentimento de plenitude. Não é um lugar físico”. O codificador da doutrina espírita, professor e cientista Allan Kardec, em terceira revelação, escreveu que “caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”. “Metamorfose ambulante”, regida pelas leis morais da sociedade, justiça e progresso.
Nessa perspectiva, o “reino dos céus”, significa a “edificação do reino divino como obra de aprimoramento, esforço e trabalho dos princípios cristãos”. Compreender as reencarnações sucessivas como o caminho da evolução, pois o “natural é a vida social”.  Combater o egoísmo, o orgulho, a intolerância e o ódio, como oportunidade de reforma e melhoria na rota evolutiva. O “reino dos céus”, é o local de servir ao próximo, praticar a caridade, acolher o outro e sublimar a compaixão. Reza o “Livro dos Espíritos”, obra básica da codificação espírita, que “para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral a consciência pura e a fé no futuro”.
A mudança exige pressa. O tempo é agora, não é nem no presente. “Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha”.
* Manoel Moacir Costa Macêdo é engenheiro agrônomo, advogado e espírita.
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