APESAR DE PROIBIDO, FEIRANTES CONTINUAM UTILIZANDO O "PAU DE ARARA" COMO PRINCIPAL MEIO DE TRANSPORTE ENTRE OS POVOADOS E AS FEIRAS
Pau de arara faz novas vítimas em Sergipe
Publicado em 26 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Na tarde da última segunda-feira, 24, um caminhão ‘pau de arara’ de placas BNV – 3392, de Itapicuru/BA, que transportava algumas pessoas tombou ao colidir com uma vaca que invadiu a pista, na divisa das cidades de Tobias Barreto, em Sergipe, e Itapicuru, na Bahia. O saldo do acidente foi uma pessoa morta, Valdeci Santos do Nascimento, e 21 feridas.
Esse não é o primeiro acidente em pau de arara nem será o último, afinal, muitas das pessoas que precisam se deslocar entre municípios para comercializar seus produtos nas feiras, nem sempre podem pagar por um transporte regular. Por esse motivo, acabam utilizando esses veículos, que custam mais barato, pois transportam dezenas de pessoas e suas mercadorias de uma única vez, no entanto, não oferece nenhum tipo de segurança.
Segundo o sargento Renilson dos Santos, da Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (CPRv), esse transporte ainda é muito utilizado no interior do Estado, devido a precariedade do transporte coletivo. Ele conta que geralmente suas carrocerias são fechadas por lonas, com bancos, mas sem cinto de segurança, ou qualquer outro tipo de dispositivo de segurança. "Mesmo com lona e bancos esse tipo de transporte de passageiro é irregular", alerta.
Ele avisa ainda que o transporte de passageiros só pode ser realizado em veículo autorizado pelas autoridades competentes, seja do Estado ou do Município. O sargento garante também que a fiscalização é realizada pelos policiais da Companhia rotineiramente, a fim de coibir esse tipo de transporte, porém, os motoristas evitam passar pelos postos de fiscalização, utilizando os desvios.
Quando identificado cometendo a infração, o motorista tem o veículo apreendido, recebe multa no valor de R$ 85 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação e os passageiros são transferidos para um outro veículo regular.
No caso do desastre que aconteceu em Itapicuru/BA, o sargento informou que policiais do posto da cidade de Simão Dias, distante 106 quilômetros da capital sergipana, se deslocaram até o acidente, mas ao chegarem ao local identificaram que a jurisdição era da Bahia.